domingo, 29 de maio de 2011

Dia 29 de Maio Coroação da Senhora de Fátima na Paróquia da Vergada

Solene Coroação da Senhora de Fátima!
Tendo em vista o encerramento do Mês de Maio, 
Mês de Maria com a majestosa Procissão de Luzes
Procissão de Velas, do dia 31 de Maio, terça-feira,
foi feita a Bênção e Coroação da Senhora de Fátima 
na Eucaristia Dominical pelo Pároco Local.


sábado, 28 de maio de 2011

O Pároco celebrou39 anos de Ordenação Presbiteral 16/04/2011.

Pároco da Vila Termal de Caldas de São Jorge e de Cristo Rei da Vergada, Santa Maria da Feira fez 39 anos de Ordenação Presbiteral no dia 16 de Abril, próximo passado e os mesmos anos de Missa Nova na sua terra Natal Cidade de Rebordosa-Paredes no passado fim de semana 21 e 22 de Maio do corrente ano 2011.
Ficam aqui algumas palavras de uma anterior entrevista:
 
Quando decidiu tornar-se Padre?

Pelos doze anos optei por ir estudar para o seminário.
Meu pai queria que eu fosse serralheiro.
Fui estudar.
Aprendi bem e cheguei a Padre.
E não estou arrependido!

Como foi a sua infância e juventude?

Uma infância igual a muita gente da época.
Passear a pé e de bicicleta pelos montes,
Freguesias vizinhas, ir aos ninhos, domesticar pássaros.
Tratar da vida do campo.
Aos 8 e 9 anos tratava de três ovelhas e uma vaca.
A juventude passou-se no estudo, no convívio, teatro, passeios e festas.
Lia muito.
Num dia e numa noite li o livro de “Mila 18” de Leon Uris o mesmo autor do Êxodo.
Meu record de leitura!
Não andei às “gajas” se bem que na altura era muito pretendido!
Nascido a l  de Novembro 1945 no domicílio, em Molar – Rebordosa – Paredes
Entrei para a Escola Primária em 7 de Outubro de 1951, entrando mais tarde sendo penalizado por ter nascido no mês de Novembro!
Completei o Ensino Primário com exame oficial em Junho de 1955.
Com 12 anos entrei Colégio Seminário de Godim – Régua
Depois os Seminários Colégios do Fraião – Braga tendo completado o Curso de Humanidades em 1962 no Liceu Sá Miranda – Braga!
1 Ano de Probatório -1962 – 1963
2 Anos de Filosofia – 1963 – 1965
4 Anos de Teologia – 1965- 1969
2 Anos de Professorado em Sul de Angola - 1969 -1971
Em 1971 – 1972 – Universidade Católica e ordenação a 16 de Abril de 1972
De 1972 - 1974 - De novo Missões do Sul de Angola, Cuanhama e outras.
De regresso em Setembro de 1974
Ao Serviço da Paróquia local de Rebordosa e encardinado na diocese do Porto de 1974 a 1983.
Pároco de Caldas de São de 8 de Janeiro de 1984!...
Professor com seis anos de Angola.Professor Ensino oficial 27 anos!Ao todo 40 anos de docência!
Com 67 anos de idade feitos em 1 de Novembro de 2010 entrei no laureado de docência em Abril de 2009!
Pároco de Caldas de São Jorge desde 8 de Janeiro de 1984
tendo assumido admnistrações paroquiais de Milheirós de Poiares e Macieira de Sarnes, Lobão,
Canedo ( por cerca de dois anos),
Sanguedo ( por três vezes )
e agora a Paroquialidade de Cristo Rei da Vergada  desde 22 de Novembro de 2008.

Como é o dia-a-dia do Padre de Caldas de S. Jorge?

Levantar-se cedo e conforme o serviço.
8.30 Na Escola.
Serviço escolar.
Vinda da Escola e trabalho paroquial.
Atendimento, celebração Eucarística.
Oração diária, preparação das aulas e outros materiais para as tarefas do dia a dia.
Ao fim de semana quando tudo vai passear tenho o serviço religioso - pastoral de todos conhecido!

No próximo ano, o Padre António Machado completa 25 Anos à frente da comunidade Cristã de Caldas de S. Jorge.
Como foi a sua integração? Sente-se bem em Caldas de S. Jorge?

Sim completam-se 25 anos com o pastor da Paróquia!
Como pastor estou e vou à frente do Rebanho!
Por vezes atrás do Rebanho para as ovelhas tresmalhadas, distraídas e preguiçosas!
O Pastor é a locomotiva do comboio da comunidade paroquial!
Como bom pastor devo ser uma boa e excelente locomotiva
e a comunidade ser umas óptimas carruagens!
Não adianta excelentes locomotivas para carruagens velhas e rodas quadradas!
Nem adiante uma comunidade de óptimas carruagens
e péssima locomotiva!
Para mim gostaria de um TGV!
A integração foi com altos e baixos.
Foi normal e adequada!
Sim sinto-me bem até ao presente!
Pelo futuro Deus providenciará!

Qual a maior virtude de Caldas de S. Jorge?

Povo empreendedor, de iniciativa e gosta de ficar bem na fotografia!
O que acho bem e revela excelente auto-estima!

E o maior defeito?

Nada a referir!

O Bispo Januário Torgal Ferreira disse uma vez que uma das tragédias em Portugal era a Igreja ser só e para a direita.

Para ele sim, porque é militar e tem que ser pela direita!
A minha opinião não é idêntica!
Cristo foi um revolucionário, um guerrilheiro pacífico que encontra sucedâneos em Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Dalai Lama, para falar em não cristãos
e Madre Teresa, São Francisco de Assis , São Francisco Xavier para falar nos santos e bons cristãos e católicos!
Portanto a Igreja de Jesus Cristo nada tem de direita no sentido que hoje se lhe atribui!
Foi revolucionária no tempo de Cristo, continuada nos Apóstolos e Mártires e nos Santos da Igreja!
É certo que se instituiu como potentado material e temporal de Constantino ao Séc.XIX com o fim dos Estados Pontifícios.
Mas isso foi um capítulo que se encerrou!
Há quem critique a Igreja por algumas suas faltas ou pecados.
A Igreja é Santa e também pecadora!!!
A Inquisição em Portugal em todo o tempo vitimou 653 homens e 522 mulheres! Houve 26.249 penitenciados! (Fortunato de Almeida)
O comunismo no séc. XX matou 100.000.000 de pessoas!
50 Milhões na China!
25 Milhões na União Soviética!
O nazismo matou 20 milhões!
O comunismo matou em média num só dia o que a Inquisição fez em todos séculos da sua existência! (Mártires do Séc. XX – Robert Roal)

Significa isso que a Igreja no nosso país não está totalmente aberta?

A Igreja do nosso tempo abriu-se ao Mundo.
Mas o Mundo não se abriu à Igreja!
Em Portugal segue-se precisamente esse caminho quando se retira os crucifixos das escolas, se faz o simplex das separações e divórcios e se pretende explorar a Igreja nos seus pastores e fiéis seguindo o caminho do Marquês de Pombal, Mata-Frades, Afonso Costa e outros mais modernos!
Houve o Concílio Vaticano II, XXI Concílio Ecumênico da Igreja católica, que foi aberto sob o papado de João XXIII no dia 11 de outubro de 1962 e terminado sob o papado de Paulo VI em 8 de Dezembro de 1965. Mas os governantes e povo em geral não ligaram nenhum. Em 2005 fez 40 anos do seu encerramento!
Nesta data 2008, 43 anos!
Todavia é ignorado por muita gente

Posso perguntar ao Sr. Padre Machado se é de Direita ou de Esquerda?

Sou da direita na condução da viatura na estrada e da esquerda quando vou de peão!

No Vaticano II, defendeu-se o recurso a métodos artificiais para controlar a reprodução.
Mas essa parte não aparece no discurso do Papa.
Pode comentar?
No Vaticano segundo não se aprovou a pílula, nem preservativo, nem aborto, nem homossexualidade, nem lesbianismo, nem união de facto (de fato dizem outros), nem prostituição, nem pedofilia e outros “ias”
Seria interessante ler o Concílio Vaticano II como eu o fiz com o Mila 18.
O que posso comentar é que seguindo o pseudo modernismo…
Apetece-me dizer: queres seguir irmão?
Segue irmão que vais no mau caminho!!!
Acha que a Igreja está adaptada às realidades do Sec. XXI?
Mais do que qualquer instituição a Igreja está adaptada às realidades do Séc.XXI.
Sempre se adaptou em todos séculos!
Por que não nos nossos dias?
Falta mas é criatividade, inovação, muito esforço, luta, amor e carinho, entrega e até martírio!
Falemos de Caldas de S. Jorge.

O Padre Machado é considerado por muitos, como uma das pessoas mais empreendedoras na freguesia.


Considera-se como tal?

Acho-me uma pessoa normal!

Se os paroquianos têm isso em consideração é porque tem boas vistas e são muito complacentes e simpáticos para comigo!
Mas não sou tanto assim!
Que sou ambicioso para a nossa Vila de Caldas de São Jorge.
Sou.
Que a nossa Vila não tem aquilo que merece.
Não tem.
Está bem de se ver!
Disso me faço eco nos posts do Blog e até por vezes criticado.
Mas não me faz mossa.

Onde vai buscar essas forças?

É a ânsia de ver a nossa Vila bonita, bela, progressiva e acolhedora!
Mas acho que não sou compreendido …

O que está a ser feito em termos de obras na Igreja?

Na Igreja fez-se o restauro interior que ficou salvo uma ou duas excepções segundo o que eu projectei!
No exterior trata-se de se fazer a pintura, limpeza da esquadria granítica, adro interior, valorização dos espaços e acessibilidades!
Dentro um mês, penso, estar tudo pronto!

O dinheiro que está a ser empregue nas obras da igreja não poderia ser empregue noutras coisas?

Está bem empregue e falta mais!
Haja quem dê!
Todavia no espaço envolvente e Cemitério está tudo muitíssimo aquém daquilo que eu projectei e sinto-me só nesta luta e nesta guerra!
Daí que volto a afirmar que se as obras da Igreja e envolvência acima referidas são 6/6 ( a totalidade) só com o arranjo da Igreja ficamos apenas a 1/6.

Fale-nos do trabalho social e comunitário que a conferência e o centro social têm desenvolvido?

A Conferência de São Vicente de Paulo tem toda a minha confiança e recomenda-se!
Admite irmãos de coração bondoso e espírito de colaboração e de solidário!
O Centro Social Paroquial tem desenvolvido a sua acção meritíssima por parte de todas as valências tanto de carácter pastoral, social cultural.
Deve-o aos seus utentes, funcionários e particularmente à sua Direcção!
Está excelente, de parabéns e recomenda-se!

Admite colaborantes para a Fundação!
Sem dúvida nenhuma1

O Senhor Padre Machado é conhecido por ser um fervoroso adepto das novas tecnologias. Explique-nos lá isso.

Sim!
Sem dúvida!
Gosto das novas tecnologias!
Quem não está a par delas e não as sabe utilizar (não digo mexer nelas!) é analfabeto neste Séc.XXI.
Na questão despoletada na Educação por causa do telemóvel da Carolina Micaellis,
eu era na altura para me pôr em bicos de pés por causa e contra os telemóveis!!!
Mas não!
Atenção… a procissão ainda vai no adro!!! (vem aí a prostituição dos miúdos e miúdas, os vídeos das casa de banho das escolas e dos balneários escolares… agora é que vão ser elas!)
Mas não “ se não podes com eles junta-te a eles”! E foi o que eu fiz.
Em comunicação com adolescente e jovens digo-lhes que os telemóveis que têm não passam de simples brinquedos pintados para miúdos palermas, de simples mata pulgas a cães, com jogos de meninos de fraldas, de autênticos tijolos…
Que já há novas tecnologias de 3 G, 3Inov, via internet com e sem fios, via satélite, chips, touchs e in-touchs, pdas,etc. que leva a ter o mundo na palma da mão e ser verdadeiro e sincero.
De resto são tretas!

Foi por isso que desde cedo se tornou um dos mais importantes colaboradores do caldas-são-jorge.blogspot.com?

Sim e não estou arrependido!
Além se convidado como administrador e colaborador deste Blog tenho mais de meia dúzia de  blogs nos quais espirro e esbracejo à vontade!
Tudo começou pela tampa ou lápide tumular do Adro da Igreja a que chamei na altura eufemísticamente “ chouriço do património”

Era conhecida a amizade que tinha com o malogrado Fernando Coelho.
Como é o seu relacionamento com o actual Presidente da Junta de Freguesia?

É verdade!
Recordá-lo-ei sempre como amigo, colaborador e autarca!
Com o actual Presidente da Junta há um relacionamento amistoso e exemplar!
Acho que os cidadãos de Caldas de São Jorge não seguem o meu exemplo, na maioria no respeitante ao Senhor Presidente da Junta!
Penso que é por ser jovem ou outros razões a que sou alheio!
Não merece da parte da população essa irreverência!
Executivo é executivo!

Como vê estas discussões mais ou menos acesas em torno da actividade da Junta de Freguesia?

Acho inúteis e descabidas!

Acha que a freguesia está no bom caminho?
Acho que não!
A freguesia parou no tempo!
Assim não pode ser cidade e está à rasca para ser Vila!
Falta muita coisa!
Um posto médico que é uma gruta para onde se cai!
Uma Igreja bonita para onde se tomba!
Um Cemitério para onde se é despejado!
Umas Termas rodeadas de malfeitores e marginais!
Era precisa mais criatividade!
Indústrias inovadoras e Know How!
Alegria no trabalho e no trabalho alegria!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não vos deixarei órfãos!

6º Domingo da Páscoa - Ano A
Tema do 6º Domingo da Páscoa

A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença – discreta, mas eficaz e tranquilizadora – de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus – “não vos deixarei órfãos” – pode ser uma boa síntese do tema.

O Evangelho apresenta-nos parte do “testamento” de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o “Paráclito”: Ele conduzirá a comunidade cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a “morada de Deus” no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer aos homens.

A primeira leitura mostra exactamente a comunidade cristã a dar testemunho da Boa Nova de Jesus e a ser uma presença libertadora e salvadora na vida dos homens. Avisa, no entanto, que o Espírito só se manifestará e só actuará quando a comunidade aceitar viver a sua fé integrada numa família universal de irmãos, reunidos à volta do Pai e de Jesus.

A segunda leitura exorta os crentes – confrontados com a hostilidade do mundo – a terem confiança, a darem um testemunho sereno da sua fé, a mostrarem o seu amor a todos os homens, mesmo aos perseguidores. Cristo, que fez da sua vida um dom de amor a todos, deve ser o modelo que os cristãos têm sempre diante dos olhos.


LEITURA I – Actos 8,5-8.14-17

Leitura dos Actos dos Apóstolos

Naqueles dias,
Filipe desceu a uma cidade da Samaria
e começou a pregar o Messias àquela gente.
As multidões aderiam unanimemente às palavras de Filipe,
ao ouvi las e ao ver os milagres que fazia.
De muitos possessos saíam espíritos impuros,
soltando enormes gritos,
e numerosos paralíticos e coxos foram curados.
E houve muita alegria naquela cidade.
Quando os Apóstolos que estavam em Jerusalém
ouviram dizer que a Samaria recebera a palavra de Deus,
enviaram lhes Pedro e João.
Quando chegaram lá, rezaram pelos samaritanos,
para que recebessem o Espírito Santo,
que ainda não tinha descido sobre eles.
Então impunham lhes as mãos
e eles recebiam o Espírito Santo.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 65 (66)

Refrão 1: A terra inteira aclame o Senhor.

Refrão 2: Aleluia.

Aclamai a Deus, terra inteira,
cantai a glória do seu nome,
celebrai os seus louvores,
dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras».

«A terra inteira Vos adore e celebre,
entoe hinos ao vosso nome».
Vinde contemplar as obras de Deus,
admirável na sua acção pelos homens.

Todos os que temeis a Deus, vinde e ouvi,
vou narrar vos quanto Ele fez por mim.
Bendito seja Deus que não rejeitou a minha prece,
nem me retirou a sua misericórdia.


LEITURA II – 1 Pedro 3,15-18

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro

Caríssimos:
Venerai Cristo Senhor em vossos corações,
prontos sempre a responder, a quem quer que seja,
sobre a razão da vossa esperança.
Mas seja com brandura e respeito,
conservando uma boa consciência,
para que, naquilo mesmo em que fordes caluniados,
sejam confundidos os que dizem mal
do vosso bom procedimento em Cristo.
Mais vale padecer por fazer o bem,
se for essa a vontade de Deus,
do que por fazer o mal.
Na verdade, Cristo morreu uma só vez pelos nossos pecados
o Justo pelos injustos
para nos conduzir a Deus.
Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito.

ALELUIA – Jo 14,23

Aleluia. Aleluia.

Se alguém Me ama, guardará a minha palavra.
Meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.


EVANGELHO – João 14,15-21

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Defensor,
para estar sempre convosco:
o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,
porque não O vê nem O conhece,
mas que vós conheceis,
porque habita convosco e está em vós.
Não vos deixarei órfãos: voltarei para junto de vós.
Daqui a pouco o mundo já não Me verá,
mas vós ver Me eis, porque Eu vivo e vós vivereis.
Nesse dia reconhecereis que Eu estou no Pai
e que vós estais em Mim e Eu em vós.
Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre,
esse realmente Me ama.
E quem Me ama será amado por meu Pai
e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele».

Dez respostas a dez perguntas!!! do Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Hora - Porto


Carta do Pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Hora - Porto
Padre Amaro Gonçalo aos meninos e meninas
do Quarto Ano da Catequese em resposta às suas  ( 10 ) perguntas.
12 de Fevereiro de 2011

Olá, querido (a) amigo (a):
Espero que ao receberes esta longa Carta, te encontres na Paz e na graça da amizade com Jesus!
Foi com agradável surpresa, que recebi a tua Carta e a de teus amigos, com muitas questões, todas elas tão curiosas e tão importantes!
E, como o Apóstolo Paulo, também eu te dirijo a minha Carta, procurando dar-te resposta. Vou procurar ser simples e claro. Mas vou demorar um pouco. Podes ler esta carta, por etapas. Por exemplo, cada noite, lê apenas a resposta a uma pergunta.
1. Perguntas-me: “como se tornou Padre”?
Na verdade, ser Padre foi uma possibilidade que enfrentei, a sério, só pelos meus dezoito anos.
Até então, eu tinha um certo fascínio pela Igreja.
Gostava muito de ir à Missa, e, por vezes, até em dias de semana.
Fui leitor, acólito e catequista!
Mas nunca julguei ter qualidades para ser Padre.
Queria apenas ser um bom cristão, um amigo fiel a Jesus, um discípulo Seu.
Como tu, como os teus amigos, descobri Jesus, primeiramente na oração familiar, depois na catequese e, mais tarde, no convívio com as pessoas da Paróquia, onde nasci e cresci, em Eiriz, Paços de Ferreira.
Só mais tarde, depois do 11º ano, quando eu pensava ainda ser professor do 1º ciclo e frequentava para tal um Curso, é que me decidi a iniciar a minha preparação para o sacerdócio.
É que todos os meus amigos e amigas, desde o primeiro ano desse Curso, me diziam que eu dava «um bom Padre».
Na Paróquia, várias pessoas me diziam directamente: «tu devias ser Padre».
Muita gente me dizia isso e eu comecei a interrogar-me.
E, na altura em que fui crismado, conversei com o Bispo, que é o primeiro responsável da vida da Igreja!
Ele ouviu as minhas razões e sentimentos e achou que eu devia pensar a sério no assunto.
Frequentei então um ano o Pré-seminário (ia ao seminário de vez em quando, estando ainda em casa)
e logo depois entrei no Seminário Maior, com 18 anos.
Lá estive seis anos, até ser ordenado diácono, com 24 anos de idade.

2. Foi difícil estudar para ser Padre?
Não tive especiais dificuldades nos estudos.
Eu estava apaixonado pelo conhecimento profundo de Jesus, e tudo o que se referia a Ele e à sua Igreja me entusiasmava muito.
Sempre gostei de estudar.
E ainda hoje prezo muito a leitura e o estudo.
Se não estudarmos, rapidamente ficamos sem compreender a realidade que nos rodeia.
Há, com certeza, cursos mais exigentes, quanto ao estudo.
O Curso de Teologia é muito belo,
porque nos ajuda a descobrir a beleza da fé em Cristo.
E isso é uma dádiva tão boa que, comparado com isso, o esforço do estudo parece contar pouco!
Os seminaristas actualmente fazem o seu Curso de Teologia na Universidade Católica, onde convivem com rapazes e raparigas, que frequentam outros Cursos.
Mas vivem no Seminário, onde há um ambiente familiar de oração e de convívio entre aqueles que fazem parte do grupo dos que se preparam para ser Padres.

3. Perguntas-me se alguma vez hesitei na minha escolha?
Eu duvidei algumas vezes: esta escolha é só minha ou é primeiramente de Deus?!
Tive de rezar muito e muitas vezes;
tive de ouvir os outros, para compreender a vontade de Deus, a meu respeito.
Sim, muitas vezes eu me interrogava se devia ser Padre!
Mas tinha aquela confiança que a Igreja me dava, de que eu podia servi-la como Padre.
Todos me diziam com firmeza: «vais ser um Padre feliz».
Até a minha namorada, me disse um dia: «o teu coração é muito grande e eu sou muito pouco para ti. Precisas de amar muito mais pessoas ao mesmo tempo».
E assim foi.
No meu íntimo, eu sentia que o amor a Cristo e à Igreja era sempre maior que todos os outros amores.
Nos momentos de hesitação, Deus sempre me deu algum sinal, a apontar o caminho do sacerdócio.
Fui ordenado Padre, com vinte e cinco anos, no dia 14 de Julho de 1991, faz este ano 20 anos.
Estava, na altura, ao serviço do Seminário do Bom Pastor e colaborava em duas Paróquias de Paços de Ferreira.
Depois fui nomeado Pároco, para duas Paróquias em Amarante e dezasseis anos depois, fui chamado para ser vosso pároco, aqui na Senhora da Hora.
Tudo passou muito rápido.
Tudo me parece que foi ontem.
Mas tem sido tão bom ser Padre!

4. Perguntas-me «o que se deve fazer para alguém se tornar Padre»?
Primeiro, é preciso gostar muito de Jesus, querer muito viver na amizade com Ele.
E essa amizade implica escutar a sua Palavra,
participar na Eucaristia, servir a sua Igreja.
É assim que vive um cristão.
Se tu próprio sentes que seguir Jesus, mais de perto, como Padre é uma forma de seres feliz, podes pedir-me orientação, falar comigo.
E eu acompanhar-te-ei, com especial cuidado.
Podes entrar no Seminário, a partir do 10º ano.
Ou então mais tarde, no tempo da Universidade.
Mas podes também encontrar-te, desde já, com outros rapazes que sentem a mesma inquietação e convivem em alguns momentos do mês, nos espaços do Seminário.
É o chamado Pré-seminário.
Para ser Padre é preciso viver algum tempo no Seminário, para estabeleceres amizade com aqueles que um dia serão contigo e como tu, Padres, da mesma Diocese.
Vês: ser cristão, estudar com paixão, é necessário à preparação para ser Padre.
Mas há-de ser a Igreja, com os seus responsáveis que confirmará ou não a escolha de alguém, que diz gostar de ser Padre.
Se tu sentes esse chamamento ao sacerdócio e a Igreja vê em ti sinais claros de que essa é a forma de seres cristão, então um dia receberás o Sacramento da Ordem e, pela imposição das mãos, o Bispo, enquanto sucessor dos Apóstolos, fará de ti Padre, para os outros.
O Padre é um colaborar directo do Bispo na tarefa de construir a Igreja de Jesus.
O Bispo conta ainda com a colaboração dos diáconos.
Estes servem a Igreja, sobretudo na administração e organização da caridade, de modo que o Bispo e o Padre possam estar livres de outras preocupações, para se concentrarem no anúncio da Palavra e na orientação espiritual das comunidades.

5. Perguntas-me ainda se «a vida do Padre é uma vida comum.
E pões a habitual questão de o Padre não poder casar e ter filhos

Eu diria: a vida de Padre tem em comum com a vida de todos os cristãos o facto de ser um seguimento exigente, um caminho difícil, mas o único que nos torna felizes.
Em comum contigo e com todos vós, o Padre tem iguais dificuldades, alegrias, tristezas e esperanças.
O Padre não sofre mais do que os outros,
nem tem uma vida mais difícil que a dos outros.
Quem quiser ser cristão a sério,
terá sempre um caminho árduo, pela frente.
Só isso!
Mas ser pai, ser mãe, construir uma família é também um desafio muito desgastante e difícil.
Mas a alegria resulta apenas de se fazer tudo por amor.
E isso é o que mais importa!
Todavia, a vida do Padre não é “comum”,
no sentido de que o Padre torna presente,
na vida das pessoas, o rosto de Cristo, o Bom Pastor.
E isso torna-o diferente dos outros.
Por isso o Padre deve cultivar uma especial amizade com Jesus, uma amizade exclusiva, para poder ser para os outros, uma pessoa livre e a tempo inteiro, uma pessoa dedicada à causa do Evangelho!
Vede: Jesus, por causa do anúncio do evangelho e da construção do Reino de Deus, pôs aí todo o seu coração e não quis casar.
Deste modo, cada um de nós sente-se amado por Jesus, como se Jesus não tivesse mais ninguém para amar.
O Padre não casa, porque quer se imagem deste Jesus, que está de coração inteiro e exclusivo ao serviço dos outros.
Mesmo que seja muito belo casar e ter filhos – todos gostaríamos de ser felizes dessa maneira – a verdade é que é preciso alguém, que apareça diante da Igreja,
como imagem viva de Cristo,
que amou a Igreja, como sua Esposa e deu a vida por ela.
É verdade, que não é essencial ao «ser Padre»
o facto de «não ser casado».
Não foi sempre assim.
Não é assim, em todos os lugares da Igreja no mundo.
E provavelmente não será sempre assim!
Mas, no momento presente, estamos todos de acordo que, para ser Padre, é mais conveniente ter o coração livre das preocupações de uma família,
para tomar conta da Paróquia,
como se ela fosse a sua própria família.
Se, neste momento, algum Padre quiser casar,
pode fazê-lo, mas tem de renunciar a exercer o seu ministério sacerdotal.

6. Mas afinal o que faz o Padre? E isso que ele faz é uma profissão?
Uma coisa fique claro para ti: o Padre vale mais por aquilo que «é» do que por aquilo que «faz».
Ele, pelo Sacramento da Ordem, está identificado com Cristo, Cabeça e Pastor da Igreja.
É uma condição nova, que não se pode confundir com uma profissão.
Ser pai e ser mãe também não é uma profissão.
É uma vocação, um chamamento do coração.
O Padre pode até exercer alguma actividade, como ser professor, (por exemplo), mas tudo o que faz deve estar ao serviço da sua missão: ser sinal eficaz da presença de Cristo, o Bom Pastor, que deu a vida por nós.
Embora o Padre possa receber um ordenado, para a sua justa sustentação, ele não trabalha para si, nem para enriquecer.
Eu tenho um ordenado mensal, para poder organizar e sustentar a minha vida
e a dos que cuidam e dependem da minha ajuda.
Mas o que faço de mais importante,
como celebrar a Eucaristia,
rezar pelo povo,
perdoar os pecados em nome de Cristo e da Igreja,
orientar os corações para Deus,
consolar os doentes,
organizar o serviço de todos para o bem da comunidade,
é algo que não se paga,
é algo que não tem preço!

7. Talvez uma menina me tenha perguntado sobre a possibilidade das mulheres serem Padres…
Ora bem, o que posso dizer é que este ministério do Padre não é uma invenção da Igreja, de modo que nós possamos dispor dele à nossa vontade, ao sabor da moda.
Não.
É um ministério que Cristo confiou aos Apóstolos, a Doze homens, que Ele escolheu como amigos especiais e através dos quais quis continuar a sua presença no mundo.
Jesus sempre teve consigo mulheres que O serviam, de diversas formas, e a quem Ele sempre elogiou
e manifestou a sua grandeza, a começar por Maria, sua Mãe. Mas Jesus, apesar de todo o carinho que tinha pelas mulheres, preferiu escolher homens para o ministério apostólico.
Podia ter contrariado os hábitos da época,
e fê-lo muitas vezes,
ao conversar com mulheres
e ao oferecer-lhes o seu amor.
Todavia, Jesus não lhes quis confiar o ministério apostólico, como o fez aos Doze.
Talvez seja preciso lembrar que «ser Padre» não é um posto, nem é uma promoção.
Admitir as mulheres ao Sacramento da Ordem não seria dar-lhes mais dignidade.
Mas o tempo e a vida da Igreja poderão vir a pensar neste lugar do sacerdócio, para as mulheres.
Só Deus sabe se sim e quando.
Eu não sei.

8. Há um conjunto vasto de perguntas que me fazes sobre a Paróquia e o modo como me sinto entre vós!
Olha: eu tive já a responsabilidade de duas Paróquias, em Amarante: São Gonçalo e São Veríssimo.
Estive lá entre 18 de Outubro de 1992 e 20 de Setembro de 2008.
Foram as primeiras comunidades
e o encanto dos primeiros anos é uma marca tão especial, que fica gravada para sempre.
Há pouco mais de dois anos, fui chamado, pelo Bispo da Diocese do Porto, a tomar conta desta Paróquia de Nossa Senhora da Hora.
São Paróquias muito diferentes umas das outras.
Não são melhores, nem piores.
Amo-as, de igual modo, como um pai e uma mãe amam e devem amar, da mesma maneira um, dois ou mais filhos, mesmo quando eles são diferentes, mesmo quando eles crescem e já não ficam sob a sua responsabilidade.
Gosto muito de ser pároco.
E gosto daqueles que Deus me confiou.
Quem não amar o Povo que lhe é confiado,
não serve para ser Padre.
Falando um pouco desta nossa Paróquia, aprecio muito o espírito de colaboração de muitos fiéis leigos.
E gosto de conviver com todas as pessoas, especialmente com aquelas que servem a comunidade, nos diversos grupos dos sectores da Liturgia, da Catequese ou da Caridade.
É uma Paróquia viva, que às vezes me deixa um pouco cansado, com tantas tarefas, mas felizmente conto sempre com o apoio de muitos!
Mas nunca me aborreci por celebrar a Eucaristia.
Nem me sinto envergonhado na Missa.
Pelo contrário, a Eucaristia é a obra mais importante que Deus faz por nós, através das mãos de um sacerdote.
Seria bom não ter de celebrar mais do que duas missas ao Domingo e eu tenho a sorte de raramente ter que ultrapassar esse número.
Por isso, rezo mais e tenho mais tempo livre, para acolher e conversar com as pessoas antes
e no final de cada Missa.
Gosto muito do contacto pessoal com o Povo de Deus.
Temos agora dois diáconos permanentes, que colaboram, na missão da Igreja, sendo eles a imagem viva de Jesus que está no meio de nós como Aquele que serve.
Eles não podem celebrar a Eucaristia,
nem escutar e absolver os pecados.
Mas estão na comunidade, atentos aos mais débeis, a ensinar-nos a todos, que a nossa missão é servir e não ser servidos. Ajudam na Missa, proclamando o evangelho e propondo as preces.
Podem baptizar, receber os noivos para casar, presidir aos funerais.
Os diáconos usam uma estola a tiracolo e uma veste diferente: a dalmática.
O Senhor Padre usa, por cima da túnica, uma estola e uma casula, que é de cor diferente, conforme o tempo litúrgico ou a festa que se está a viver.
Devemos mudar “a roupa” conforme o sítio
e o momento que estamos a viver.
Assim acontece na Liturgia da Igreja: mudamos as cores das vestes, para mostrar que um dia é diferente dos outros dias.

9. No conjunto das tuas perguntas, há algumas que têm a ver com curiosidades, a que eu prometo responder brevemente.
a) A minha comida preferida é «cozido à portuguesa»!
Mas gosto de todas as comidas e não há nenhuma que eu rejeite!
b) Antes de ser Padre, passei por diversas profissões, em tempo de férias: electricista, pedreiro, torneador, empregado de escritório.
O meu pai dizia que eu só tinha jeito para os livros e para a caneta.
Ele sabia que eu gostava muito de estudar, para compreender melhor a vida e servir melhor os outros.
Como Padre, fui professor de Educação Moral e Religiosa Católica no Seminário do Bom Pastor
e Director Adjunto do Colégio Diocesano de São Gonçalo. Estas tarefas, foram sempre realizadas dentro do espírito da minha missão sacerdotal.
c) A única coisa que quis na vida foi ser Padre.
E já o sou.
Não conto ser escolhido para Bispo e, muito menos, para Papa. Deus encontrará, com facilidade, pessoas muito mais capazes do que eu, para exercer essa missão.

10. Fazes-me, por fim, uma última pergunta, que me deixa a tremer:
Qual o meu maior sonho e qual o meu maior medo?

O meu maior sonho era que, entre todos os que lêem esta Carta, um de vós viesse, um dia, a ser Padre.
O meu maior medo é que algum, de entre os rapazes, não queira ser Padre, por não encontrar em mim os sentimentos, as palavras e os gestos de Jesus!
Mas conto com a força e a luz de Deus, para poder ser um sinal do amor preferencial de Jesus por todos e por cada um de vós! A minha alegria é saber que um dia vos dei a conhecer o Amigo, que nunca falha!
Finalmente desejo-te que Jesus nos torne cada vez mais amigos! E que os seus amigos se tornem cada mais amigos uns dos outros!
Obrigado pela paciente leitura desta longa Carta.
Um beijo de paz, como sinal da ternura de Deus, por ti!
Teu 
Padre Amaro
( com a devida vénia)