terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

II DOMINGO DA QUARESMA – 4 de Março de 2012


II DOMINGO DA QUARESMA – 4 de Março de 2012
 MESA DA PALAVRA
Leitura do Livro do Génesis   Gen 22, 1-2.9a.10-13.15-18
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!»
Ele respondeu: «Aqui estou». 
Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar". 
Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele.
Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho. 
Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!»
«Aqui estou, Senhor», respondeu ele. 
O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único».
Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. 
Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho. 
O Anjo do Senhor chamou Abraão do Céu pela segunda vez e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro - oráculo do Senhor - já que assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar, e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas. Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».
 
Salmo Responsorial   Salmo 115 (116)

Andarei na presença do Senhor  sobre a terra dos vivos

Confiei no Senhor, mesmo quando disse:
«Sou um homem de todo infeliz».
 É preciosa aos olhos do Senhor
 a morte dos seus fiéis.

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome.

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo,
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos   Rom 8,31b-34
Irmãos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós? Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por todos nós, como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus? Deus, que os justifica? E quem os condenará?
Cristo Jesus, que morreu, e mais ainda, que ressuscitou e que está à direita de Deus e intercede por nós?
  
No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai: 
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos   Mc 9, 2-10
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. 
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. 
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
Transfigurou-Se diante deles
 COMENTÁRIO AOS TEXTOS

I Leitura (Gn 22, 1-2.9a.10-13.15-18): “Abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência”
Este texto pode e deve ser lido a vários níveis: 1) Recusa dos sacrifícios humanos, prática corrente nos antigos cultos fenícios e cananeus: em analogia com o que se praticava nesses cultos (sacrifício dos primogénitos), Abraão poderá ter pensado que o seu amor a Deus exigiria como prova real o holocausto de Isaac. Mas Deus não quer a morte do homem, mas a vida e, por isso, impede Abraão de imolar o filho e aponta-lhe, como substituto, o sacrifício de um cordeiro.
2) Releitura teológica sobre a provação da fé de Abraão, a sua obediência e a promessa: a Deus não agradam os sacrifícios humanos, mas não podia deixar de agradar o amor incondicionado que Abraão lhe demonstra com esta disponibilidade a renunciar a tudo - ao seu próprio futuro: sacrifica o seu único herdeiro quando já não tem qualquer esperança de ter mais filhos - para obedecer ao que julgava ser a vontade divina. Entrevemos aqui o drama e a grandeza da fé que transfigura a vida. 3) Releitura cristológica: "Deus não poupou o seu Filho" - ouviremos na 2.ª leitura. Jesus é o novo Isaac, o "filho único", o "Amado" do Pai. Tal como Isacc carregou com a lenha para o sacrifício e se deixou atar sobre ela para o sacrifício, assim Jesus carrega com a cruz e deixa cravar-se nela, entregando-se livremente e sem reservas nas mãos do Pai que o entrega numa demonstração suprema e insuperável de amor.

Evangelho (Mc 9, 2-10): “Este é o meu Filho ... “
Com a profissão de fé em Cesareia de Filipe (Mc 8, 27-30), começa no Evangelho segundo São Marcos uma nova fase na vida de Jesus, que se encaminha decididamente para o desenlace da paixão e da morte, perante a incompreensão de Pedro e dos demais discípulos. O relato da transfiguração de Jesus segue o modelo das narrativas de aparições divinas (teofanias) no AT: a voz, a nuvem, o esplendor, as personagens celestes, símbolos da lei e da profecia. Por outro lado, adianta-se às aparições do Ressuscitado, sendo uma proclamação antecipada da glorificação pascal. Importa ainda ter presente que, neste Evangelho, este texto segue-se ao primeiro anúncio da paixão (8, 31): morte e ressurreição são duas faces de um único mistério. Marcos sublinha a incompreensão dos discípulos na Transfiguração (tal como já vincara a incompreensão de Pedro face ao anúncio da Paixão). Só passando pela morte (anunciada) se pode chegar à ressurreição (antecipada) e, deste modo, aceder à fé pascal. Entretanto, o único meio para “compreender” é a escuta de Cristo (v. 7), reconhecido como Filho de Deus. A esse reconhecimento chegará o centurião ao ver Jesus expirar (cf. 15, 39).

II Leitura (Rm 8,31b-34): “Não poupou o seu Filho”
Paulo convida-nos a penetrar no coração da Trindade e a contemplar a sua paixão pela humanidade. Com uma série de perguntas retóricas, afirma a certezas basilares. Como é possível que, para benefício de estranhos - e até "inimigos" - Deus chegue ao extremo de sacrificar o que Lhe é mais caro: o seu Unigénito? E, entretanto, foi isso o que realmente aconteceu na Páscoa de Cristo, morto, ressuscitado e sempre vivo a interceder por nós, na presença do Pai. Por isso, nada nem ninguém se pode interpor entre nós e este amor salvífico, cheio de misericórdia e de perdão.


HOMILIÁRIO PATRÍSTICO
Escutai-O!
Elias e Moisés falavam com Ele, porque a graça do Evangelho recebe testemunho da Lei e dos Profetas: da Lei em Moisés e dos Profetas em Elias, para sermos breves. [...] Pedro quis fazer três tendas: uma para Moisés, outra para Elias e outra para Cristo. Deleitava-o o sossego da montanha, sofria o tédio do tumulto das coisas humanas. Mas por que razão queria três tendas, senão porque ainda desconhecia a unidade da Lei, da Profecia e do Evangelho? Logo foi corrigido pela nuvem: "ainda ele assim falava quando uma nuvem resplandecente os encobriu": vede como a nuvem fez uma única tenda! Por que razão querias três? "E da nuvem ouviu-se uma voz: Este é o Meu Filho Dilecto, no qual pus o meu enlevo; escutai-O!". Fala Elias, mas escutai-O a Ele; fala Moisés, mas escutai-O a Ele; falam os Profetas e fala a Lei, mas escutai-O a Ele, voz da Lei e língua dos Profetas. Foi Ele que por eles falou e Ele próprio falou por si mesmo quando se dignou aparecer: "escutai-O", escutemo-l'O. Considerai que quando o Evangelho se proclamava, era a nuvem. E daí nos veio a voz. Escutemo-l'O: façamos o que Ele diz, esperemos o que nos prometeu.
(S. Agostinho, Sermão 79)
 SUGESTÕES LITÚRGICAS

1. A liturgia deste domingo deve ser vivida na disponibilidade para escutar Jesus. O monte é o lugar do encontro com Deus. Moisés e Elias  encontram Deus no Horeb. Jesus  retira-Se muitas vezes para o monte para rezar. Naquele dia, Deus toma a apalavra para reconhecer Jesus como seu Filho bem-amado , e pede para O escutar. Jesus tem encontro com Moisés e Elias, porta-vozes cheios do poder de Deus libertador junto do seu povo. A sua presença no monte da transfiguração revela que Jesus  veio cumprir tudo o que os profetas tinham anunciado.
2. Leitores: 1.ª Leitura - O texto tem "3 vozes": narrador, Deus e Abraão. E o leitor, sem exageros teatrais, deve ser capaz de o dar a entender. Atenção ao inciso "Oráculo do Senhor" que pede um tom de voz diferente. 2.ª Leitura - É de proclamação difícil. A mensagem torna-se mais veemente porque apresentada de forma interrogativa. Mas, onde colocar a entoação da pergunta? Regra geral é no início das frases que a voz a assinala. Mas partículas como quem, como, que podem ter um intensidade interrogativa. A aclamação final (Palavra do Senhor!) deve ser preparada com um razoável silêncio.
Sugestão de cânticos - Entrada: Diz-me o coração, F. Lapa, BML 50, 10; Ouvi-nos, Senhor, F. Silva, NCT 92; Os meus olhos, M. Faria, BML 50, 12; Attende, Domine, NCT 122; Salmo Resp.: Caminharei na terra dos vivos, F. Santos, BML 30, 9 ou M. Luís, SRAE 192; Aclam. ao Ev.: No meio da nuvem, F. Santos, BML 35, 15; Ofertório: Eis o tempo favorável, F. Santos, NCT 495; Comunhão: Este é o Meu Filho, F. Lapa, BML 60, 49; Jesus Cristo, ó Porta do Reino, F. Santos, BML 25, NCT 110.
MISSAS COM CRIANÇAS -  Entrada: Escutai, Senhor, C. Silva, NCT 88; Senhor, ouvi a minha súplica, F. Santos, BML 30, 10; NCT 93; Salmo Resp: Pecámos, Senhor, F. Santos, BML 58, 16; NCT 103; Aclam. Ev.: Arrependei-vos, diz o Senhor, F. Santos, BML 35, 16; NCT 104; Comunhão: Felizes os que moram, F. Santos, BML 58, 34; NCT 115.
VIA SACRA: Ao morrer crucificado, NCT 683; Bendita e louvada seja, NCT 684; Nós vos louvamos, F. Santos, NCT 685; Perdoa ao teu povo, NCT 686; Perdão, Senhor, M. Faria, NCT 687.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

1º Domingo do Tempo da Quaresma - Ano B

No primeiro Domingo do Tempo da Quaresma, a liturgia garante-nos que Deus está interessado em destruir o velho mundo do egoísmo e do pecado e em oferecer aos homens um mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim.
A primeira leitura é um extracto da história do dilúvio. Diz-nos que Jahwéh, depois de eliminar o pecado que escraviza o homem e que corrompe o mundo, depõe o seu “arco de guerra”, vem ao encontro do homem, faz com ele uma Aliança incondicional de paz. A acção de Deus destina-se a fazer nascer uma nova humanidade, que percorra os caminhos do amor, da justiça, da vida verdadeira.
No Evangelho, Jesus mostra-nos como a renúncia a caminhos de egoísmo e de pecado e a aceitação dos projectos de Deus está na origem do nascimento desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens (o “Reino de Deus”). Aos seus discípulos Jesus pede – para que possam fazer parte da comunidade do “Reino” – a conversão e a adesão à Boa Nova que Ele próprio veio propor.
Na segunda leitura, o autor da primeira Carta de Pedro recorda que, pelo Baptismo, os cristãos aderiram a Cristo e à salvação que Ele veio oferecer. Comprometeram-se, portanto, a seguir Jesus no caminho do amor, do serviço, do dom da vida; e, envolvidos nesse dinamismo de vida e de salvação que brota de Jesus, tornaram-se o princípio de uma nova humanidade.



LEITURA I – Gn 9,8-15

Leitura do Livro do Génesis

Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Estabelecerei a minha aliança convosco,
com a vossa descendência
e com todos os seres vivos que vos acompanham:
as aves, os animais domésticos,
os animais selvagens que estão convosco,
todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra.
Estabelecerei convosco a minha aliança:
de hoje em diante
nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio
e nunca mais um dilúvio devastará a terra».
Deus disse ainda:
«Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco
e com todos os animais que vivem entre vós,
por todas as gerações futuras:
farei aparecer o meu arco sobre as nuvens
e aparecer nas nuvens o arco,
recordarei a minha aliança convosco
e com todos os seres vivos
e nunca mais as águas formarão um dilúvio
para destruir todas as criaturas».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 24 (25)

Refrão: Todos os vossos caminhos, Senhor, são amor e verdade
para os que são fiéis à vossa aliança.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer a sua aliança.


LEITURA II – 1 Pe 3,18-22

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro

Caríssimos:
Cristo morreu uma só vez pelos pecados
– o Justo pelos injustos –
para vos conduzir a Deus.
Morreu segundo a carne,
mas voltou à vida pelo Espírito.
Foi por este Espírito que Ele foi pregar
aos espíritos que estavam na prisão da morte
e tinham sido outrora rebeldes,
quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência,
enquanto se construía a arca,
na qual poucas pessoas, oito apenas,
se salvaram através da água.


ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Mt 4,4b

(escolher um dos 7 refrães)

1. Louvor e glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor.
2. Glória a Vós, Jesus Cristo, Sabedoria do Pai.
3. Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai.
4. Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo.
5. Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória.
6. Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor.
7. A salvação, a glória e o poder a Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.





EVANGELHO – Mc 1,12-15

Evangelho de Nosso senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo,
o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto.
Jesus esteve no deserto quarenta dias
e era tentado por Satanás.
Vivia com os animais selvagens
e os Anjos serviam-n’O.
Depois de João ter sido preso,
Jesus partiu para a Galileia
e começou a pregar o Evangelho, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo
e está próximo o reino de Deus.
Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».


 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval e Carnavais!!!


A origem do Carnaval remonta à Grécia Antiga ano 650 e 620 a.C.
Adoptada pela Igreja Católica em 590 d.C.
O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale" dando origem ao termo "carnaval".
Durante o período do carnaval havia uma grande concentração de festejos populares.
Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.
Paris está na origem do Carnaval que depois se espalhou por Nice, Veneza, Nova Orleães, Rio de Janeiro, etc.
 
Em Roma também era celebrado com um período de liberdade de todo o género: os escravos eram libertados durante o tempo do Carnaval e não faltavam reis, rainhas e princesas em fantasias, costumes e usos libertinos.


No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos.
O Carnaval conserva ainda o cariz de três dias: Domingo gordo, Segunda-feira gorda e Terça-feira gorda,  abrindo a Quarta-feira de Cinzas o novo período do Ano Litúrgico da Quaresma que conduz à Páscoa. São três dias de folguedo, distracção, divertimentos, fantasias e críticas públicas a descaminhos, exageros e defeitos com o fim de fazer rir e corrigir, na intenção dos latinos “ ridendo castigant mores” a rir se castigam os costumes e usos. De facto o actual carnaval está  desadequado apresentando figurantes masculinos maldosos e provocadores e figurantes femininas eixibidas, provocantes e oferecidas  tudo descontextado  do Carnvaval original.


Talvez haja que dar o sentido original ao Carnaval com recurso a alegorias, carros alegóricos, caricaturas da sociedade, teatralidade de rua durante o dia e espectáculos multimédia com recurso à informática, tecnologia, som e imagem difundidos ecrans gigantes e avantajados projectores de imagem, luzes e raios lazer à noite pelas ruas da Localidade.


Penso ser uma excelente sugestão e plano de intenções pondo de parte macaqueações.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Reunião de Leitores das Paróquias da Vigaria de Santa Maria da Feira.

DIA 17 DE FEVEREIRO 21.00 HORAS
Reunião de Leitores das Paróquias da Vigaria de Santa Maria da Feira.
 Decorreu com toda a compostura
e brio a primeira reunião de Leitores das Paróquias da Vigararia de Santa Maria da Feira.
Sala cheia, que nem um ovo, no Salão de Actos – Polivalente  do Centro Social Paroquial da  Cidade de Santa Maria de  Fiães.
Presidida e orientada pelo Doutor P. Frei Bernardino Ferreira da Costa, OSB
e Coadjuvado pelo  Diácono  Eduardo Mendes  Saraiva
versou a presente reunião sobre o leitorado nas paróquias,
suas origens na história da Igreja
e lugares no templo 
e assembleia litúrgica.
De referir a sua actualidade particularmente após a
data de 30 de Novembro de 1969,
em plena actualidade  com o aggiornamento do Concílio Vaticano II,
a reforma litúrgica do latim para o vernáculo,
das missas particulars de costas para o povo
para as missas públicas  versus populi.
 
O lugar do leitorado instituido
e dos leitores na assembleia,
do altar da palavra no ambão,
e não na estante,
e do leitor preparado
mais do que  um leitor
de uma notícia do jornal
mas da palavra de de Deus!
Excelente,
Foi bom ver o  interese
e a  participação.
Para 02 de Fevereiro  há mais…
 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quarta-feira de Cinzas

Quarta-feira de Cinzas

Com a imposição das cinzas, se inicia uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar dignamente para viver o Mistério Pascal,
quer dizer, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Este tempo vigoroso do Ano litúrgico se caracteriza pela mensagem bíblica que pode ser resumida em uma palavra: " matanoeiete", que quer dizer "Convertei-vos".
Este imperativo é proposto à mente dos fiéis mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras
"Convertei-vos e crede no Evangelho"
 e com a expressão
"Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás",
convida a todos a reflectir sobre o dever da conversão, recordando a inexorável caducidade e efémera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
A sugestiva cerimónia das cinzas eleva nossas mentes à realidade eterna que não passa jamais, a Deus; princípio e fim, alfa e ômega de nossa existência.
A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz indefectível de sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência cada vez mais diáfana do fato de que estamos de passagem neste fadigoso itinerário sobre a terra, e que nos impulsiona e estimula a trabalhar até o final, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça.
Sinónimo de "conversão", é assim mesmo a palavra "penitência" …
Penitência como mudança de mentalidade.
Penitência como expressão de livre positivo esforço no seguimento de Cristo.

Tradição

Na Igreja primitiva, variava a duração da Quaresma,
mas eventualmente começava seis semanas (42 dias) antes da Páscoa.
Isto só dava por resultado 36 dias de jejum
(já que se excluem os domingos).
No século VII foram acrescentados quatro dias antes do primeiro domingo da Quaresma estabelecendo os quarenta dias de jejum, para imitar o jejum de Cristo no deserto.
Era prática comum em Roma que os penitentes começassem sua penitênica pública no primeiro dia de Quaresma.
Eles eram salpicados de cinzas, vestidos com saial e obrigados a manter-se longe até que se reconciliassem com a Igreja na Quinta-feira Santa
ou a Quinta-feira antes da Páscoa.
Quando estas práticas caíram em desuso (do século VIII ao X) o início da temporada penitencial da Quaresma foi simbolizada colocando cinzas nas cabeças de toda a congregação.
Hoje em dia na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas,
 o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior.
Esta tradição da Igreja ficou como um simples serviço em algumas Igrejas protestantes como a anglicana e a luterana.
A Igreja Ortodoxa começa a quaresma desde a segunda-feira anterior e não celebra a Quarta-feira de Cinzas.

1ª Leitura da Profecia de Joel:

12“Agora, diz o Senhor, voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; 13rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo”.
14Quem sabe, se ele se volta para vós e vos perdoa, e deixa atrás de si a bênção, oblação e libação para o Senhor, vosso Deus?
15Tocai trombeta em Sião, prescrevei o jejum sagrado, convocai a assembleia; 16congregai o povo, realizai cerimónias de culto, reuni anciãos, ajuntai crianças e lactentes; deixe o esposo seu aposento, e a esposa, seu leito.
17Chorem, postos entre o vestíbulo e o altar, os ministros sagrados do Senhor, e digam: “Perdoa, Senhor, a teu povo, e não deixes que esta tua herança sofra infâmia e que as nações a dominem”. Por que se haveria de dizer entre os povos: “Onde está o Deus deles?”
18Então o Senhor encheu-se de zelo por sua terra e perdoou ao seu povo.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo responsorial

— Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós!
— Piedade, ó Senhor, tende piedade, pois pecamos contra vós!

— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
/ Na imensidão do vosso amor, purificai-me!
/ Lavai-me todo inteiro do pecado
/ e apagai completamente a minha culpa!

— Eu reconheço toda a minha iniquidade,
/ o meu pecado está sempre à minha frente.
/ Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei,
/ pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

— Criai em mim um coração que seja puro,
/ dai-me de novo um espírito decidido.
/ Ó Senhor, não me afasteis de vossa face,
/ nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

— Dai-me de novo a alegria de ser salvo
/ e confirmai-me com espírito generoso!
/ Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,
/ e minha boca anunciará vosso louvor!

2ª Leitura
da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: 20Somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós. Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus.
21Aquele que não cometeu nenhum pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornemos justiça de Deus.
6,1Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, 2pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e, no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Evangelho

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.

— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 1“Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus.
2Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 3Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, 4de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
5Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 6Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa.
16Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. 17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

7º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

A liturgia do 7º Domingo do Tempo Comum convida-nos, uma vez mais, a tomar consciência de que Deus tem um projecto de salvação para os homens e para o mundo. Esse projecto (que em Jesus se torna vivo, palpável, realmente libertador) é um dom de Deus que o homem deve acolher com fé. A primeira leitura fala-nos de um Deus que, em todos os momentos da história, está ao lado do seu Povo, a fim de o conduzir ao encontro da liberdade e da vida verdadeira. Sugere, no entanto, que o Povo necessita de percorrer um caminho de conversão e de renovação, antes de poder acolher a salvação/libertação que Deus tem para oferecer. O Evangelho retoma a mesma temática. Diz que, através de Jesus, Deus derrama sobre a humanidade sofredora e prisioneira do pecado a sua bondade, a sua misericórdia, o seu amor. Ao homem resta acolher o dom de Deus, ir ao encontro de Jesus e aderir a essa proposta libertadora que Jesus veio apresentar. A segunda leitura recomenda àqueles que aderiram à proposta de Jesus que vivam com coerência, com verdade, com sinceridade o seu compromisso, sem recurso a subterfúgios ou a lógicas de oportunidade. LEITURA I – Is 43,18-19.21-22.24b-25 Leitura do Livro de Isaías Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Eu vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não o vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. O povo que formei para Mim proclamará os meus louvores. Mas tu não Me chamaste, Jacob, não te preocupaste Comigo, Israel. Pelo contrário, obrigaste-Me a suportar os teus pecados, cansaste-Me com as tuas iniquidades. Sou Eu, sou Eu que, em atenção a Mim, tenho de apagar as tuas transgressões e não mais recordar as tuas faltas».
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 40 (41) Refrão 1: Salvai-me, Senhor, porque pequei contra Vós. Refrão 2: Salvai, Senhor, a minha alma, pois contra Vós eu pequei. Feliz daquele que pensa no pobre: no dia da desgraça o Senhor o salvará. O Senhor lhe concederá protecção e vida, fá-lo-á ditoso na terra e não o abandonará ao ódio dos seus inimigos. No leito do sofrimento o Senhor o assistirá e na doença o aliviará. Eu digo: Senhor, tende piedade de mim, curai-me, pois pequei contra Vós. Vós me conservareis são e salvo e em vossa presença me estabelecereis para sempre. Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, desde agora e para sempre. Amen. LEITURA II – 2 Cor 1,18-22 Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios Irmãos: Deus é testemunha fiel de que a nossa linguagem convosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós pregamos entre vós – eu, Silvano e Timóteo – não foi sim e não, mas foi sempre um sim. Todas as promessas de Deus são um sim em seu Filho. É por Ele que nós dizemos ‘Amen’ a Deus para sua glória. Quem nos confirma em Cristo – a nós e a vós – é Deus. Foi Ele que nos concedeu a unção, nos marcou com o seu sinal e imprimiu em nossos corações o penhor do Espírito. ALELUIA – Lc 4,18 Aleluia. Aleluia. O Senhor me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a proclamar aos cativos a liberdade.
EVANGELHO – Mc 2,1-12 Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa, juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta; e Jesus começou a pregar-lhes a palavra. Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens; e, como não podiam levá-lo até junto d’Ele, devido à multidão, descobriram o tecto por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados». Estavam ali sentados alguns escribas, que assim discorriam em seus corações: «Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?» Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes: «Porque pensais assim nos vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou dizer ‘Levanta-te, toma a tua enxerga e anda’? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, ‘Eu to ordeno – disse Ele ao paralítico – levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa’». O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim».  -----------------------------------------------
 
7.º Domingo Comum B – 19 Fevereiro de 2012 MESA DA PALAVRA Leitura do Livro de Isaías   Is 43, 18-19.21-22.24b-25 Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas.  Eu vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não o vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. O povo que formei para Mim proclamará os meus louvores. Mas tu não Me chamaste, Jacob, não te preocupaste Comigo, Israel. Pelo contrário, obrigaste-Me a suportar os teus pecados, cansaste-Me com as tuas iniquidades. Sou Eu, sou Eu que, em atenção a Mim, tenho de apagar as tuas transgressões e não mais recordar as tuas faltas». Salmo Responsorial    Salmo 40 (41) Salvai-me, Senhor, porque pequei contra Vós. Feliz daquele que pensa no pobre: no dia da desgraça o Senhor o salvará. O Senhor lhe concederá protecção e vida,  fá-lo-á ditoso na terra e não o abandonará ao ódio dos seus inimigos. No leito do sofrimento o Senhor o assistirá e na doença o aliviará. Eu digo: Senhor, tende piedade de mim, curai-me, pois pequei contra Vós. Vós me conservareis São e salvo e em vossa presença me estabelecereis para sempre. Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, desde agora e para sempre. Amen. Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios  2 Cor l, 18-22 Irmãos: Deus é testemunha fiel de que a nossa linguagem convosco não é sim e não. Porque o Filho de Deus, Jesus Cristo, que nós pregámos entre vós - eu, Silvano e Timóteo - não foi sim e não, mas foi sempre um sim. Todas as promessas de Deus São um sim em seu Filho. É por Ele que nós dizemos 'Amen' a Deus para sua glória. Quem nos confirma em Cristo - a nós e a vós - é Deus. Foi Ele que nos concedeu a unção, nos marcou com o seu sinal e imprimiu em nossos corações o penhor do Espírito. Aleluia. O Senhor me enviou a anunciar a boa nova aos pobres, a proclamar aos cativos a liberdade. Aleluia. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos  Mc 2, 1-12 Quando Jesus entrou de novo em Cafarnaum e se soube que Ele estava em casa, juntaram-se tantas pessoas que já não cabiam sequer em frente da porta; e Jesus começou a pregar-lhes a palavra. Trouxeram-Lhe um paralítico, transportado por quatro homens; e, como não podiam levá-lo até junto d'Ele, devido à multidão, descobriram o tecto por cima do lugar onde Ele Se encontrava e, feita assim uma abertura, desceram a enxerga em que jazia o paralítico. Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados». Estavam ali sentados alguns escribas, que assim discorriam em seus corações: «Porque fala Ele deste modo? Está a blasfemar. Não é só Deus que pode perdoar os pecados?» Jesus, percebendo o que eles estavam a pensar, perguntou-lhes: «Porque pensais assim nos vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico 'Os teus pecados estão perdoados' ou dizer  'Levanta-te, toma a tua enxerga e anda'? Pois bem. Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, 'Eu to ordeno - disse Ele ao paralítico - levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa'». O homem levantou-se, tomou a enxerga e saiu diante de toda a gente, de modo que todos ficaram maravilhados e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim». COMENTÁRIO AOS TEXTOS Os teus pecados estão perdoados 1.ª Leitura (Is 32, 18...25): “Apagarei as tuas transgressões” Esta leitura pertence a uma secção da segunda parte do livro de Isaías em que se anuncia a libertação da escravidão em Babilónia e o regresso à pátria (cap. 40-44). Os vv. 18-19 são uma exortação a esquecer o passado e a voltar-se com esperança para o futuro em que Deus vai realizar algo de novo, viabilizando o regresso dos exilados através do deserto e da estepe. No centro do texto, o v. 21 descreve o mais belo efeito do regresso do exílio: o povo eleito voltará a cantar na sua terra os louvores divinos. Os vv. 22 e 24-25 asseguram que o próprio Deus fará aquilo que recomendou ao povo: apagará da sua memória as transgressões e faltas dos exilados: é o perdão mais generoso e completo. Deste modo, regressado do Exílio, Israel poderá dar início a uma vida nova, em plena harmonia com o seu Deus. Evangelho(Mc 2, 1-12): “O Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados”  No centro deste episódio evangélico emerge a figura de Jesus, que se auto-apresenta como o "filho do homem" na terra. Ele, que até conhece os pensamentos reservados, exerce efectivamente uma autoridade que suscita reacções contrapostas: 1) De um lado está a fé do paralítico e daqueles que o levam à presença de Jesus, ultrapassando todos os obstáculos; a atitude da multidão (admiração e glorificação a Deus) pode entender-se também como abertura à fé. 2) Do lado oposto prevalece a incredulidade dos que se recusam a acatar essa autoridade inaudita e já Lhe imputam a grave acusação que o fará “réu de morte”: “está a blasfemar!” Neste caso, a controvérsia incide sobre o poder de perdoar os pecados, prerrogativa divina que Jesus exerce de modo soberano. A cura do enfermo é apenas um "sinal" demonstrativo dessa autoridade superior e mais decisiva. A partir das palavras de Jesus não é legítimo estabelecer um nexo directo entre a doença e os pecados pessoais da pessoa doente. Mas o pecado é, certamente, a principal "enfermidade" que afecta a humanidade e a raiz última de todos os seus males. A boa nova consiste em que o "filho do homem" veio ao mundo precisamente para nos libertar do pecado e iniciar assim uma nova fase da história humana. 2.ª Leitura (2 Cor 1, 18-22): "Jesus não foi sim e não"  Neste texto magnífico, Paulo enaltece o exemplo pessoal do Senhor Jesus que em toda a sua vida sempre obedeceu prontamente ao Pai. Sobre esta reflexão enxerta-se a exortação aos Coríntios no sentido de saberem sempre dizer o seu "Ámen" a tudo o que Deus lhes possa pedir. E esta deve ser para nós uma norma permanente, porque todos os seguidores de Cristo recebemos a unção, que nos assimilou a Ele por meio do Espírito. HOMILIÁRIO PATRÍSTICO Do visível ao invisível "Com as suas palavras e com o facto [da cura do paralítico], Jesus esclarece bem que, se realizava aqueles prodígios nos corpos, era para que se acreditasse que libertava as almas com a remissão dos pecados; ou seja, para que, com base no poder visível, o poder invisível obtivesse fé. Por conseguinte, visto que realizava todas aquelas acções no Espírito de Deus, para conceder aos homens a graça e a paz - a graça na remissão dos pecados, a paz na reconciliação com Deus, do qual apenas os pecados separam - tendo dito os judeus que Ele expulsava os demónios em nome de Belzebu, quis exortá-los misericordiosamente a que não falassem nem blasfemassem contra o Espírito Santo, ou seja, que não se opusessem às graça e à paz de Deus, que o Senhor tinha vindo oferecer por meio do Espírito Santo". (Santo Agostinho, In Rom, 23) SUGESTÕES LITÚRGICAS 1. "Amen": a liturgia põe constantemente na boca dos fiéis esta aclamação hebraica como expressão de adesão, ratificação solene, profissão de fé, conclusão espontânea e entusiástica das doxologias. Na sua raiz significa "firme, seguro, estável, válido". Assim termina cada um dos cinco livros em que se divide o livro dos Salmos (Sl 40, 71, 88, 105), bem como as orações, bênçãos, promessas e alianças. O próprio Deus é chamado o "Deus do Amen" (Is 65, 16). No NT, o próprio Cristo é chamado "o Amen, a Testemunha fiel e veraz" (Ap 3, 14). A 2.ª leitura de hoje oferece-nos o ensejo de fazer uma oportuna catequese sobre esta importantíssima aclamação litúrgica. De entre os muitos Amen da celebração eucarística há dois particularmente significativos: aquele que conclui a doxologia final da Oração Eucarística (antes do Pai Nosso) - e que seria conveniente cantar sempre que possível ; e a resposta do fiel no diálogo da comunhão ("Corpo de Cristo - Amen"). 2. Jesus Cristo continua a exercer o poder divino de perdoar os pecados: fá-lo mediante a Igreja, nomeadamente no Sacramento da Penitência. O Evangelho deste domingo sugere uma oportuna catequese sobre este Sacramento. 3. Leitores: 1.ª Leitura: Após a frase introdutória, o leitor, após uma pausa razoável, dá voz a Deus que promete [Não vos lembreis... proclamará os meus louvores] e censura [Mas tu não me chamaste... recordar as tuas faltas]. Gostaríamos de salientar duas expressões: "não o vedes?" e Sou Eu, sou Eu". A primeira deve ser destacada do texto e a voz sobe abruptamente. A segunda reforça a intensidade da frase que vem em sendo dita em crescendo. 2.ª Leitura: Atenção às expressões intercalares (entre travessões) que devem ser ditas destacadamente em tom mais grave. Ao dizer o texto, não parta as frases como indicia o leccionário (p. e.: Deus é testemunha fiel de que...etc). A última frase é tripartida (enumeração), polarizada pelos verbos concedeu, marcou e imprimiu. Sugestão de cânticos: Entrada: Ouvi Senhor a voz da minha súplica, F. Santos, BML 101, 91; Nós vamos até Vós, A. Mendes, NCT 223; O Senhor é minha luz e salvação, F. Santos, NCT 224; Salmo Resp.: Salvai, Senhor a minha alma, M. Luís, SRAE, 216; Aclam. Ev.: O Senhor me enviou a anunciar, adapt. NCT 240; Comunhão: Como é admirável, Senhor, F. Santos, NCT 257; O Senhor é meu pastor, F. Santos, NCT 268; Final: Povo teu somos, Anón. séc. XVI, NCT 360. Cânticos para a Quaresma Importa elaborar o repertório com antecedência.  Eis algumas sugestões de cânticos a preparar:  Entrada: Ele me chamará, F. Santos, BML 40, 14;  Diz-me o coração, F. Lapa, BML 50, 10;  Os meus olhos, M. Faria, BML 50, 12;  Alegra-te, ó Jerusalém, F. Santos, BML 32, 8;  Fazei-me justiça, F. Valente, BML 50, 15;  À entrada do Senhor, F. Santos, BML 50, 18;  Comunhão: Nem só de pão, M. Simões, BML 35, 17;  Este é o Meu Filho, F. Lapa, BML 60, 49;  Ditosos, F. Santos, BML 21, 10; BML 75/76, 53;  Deus amou, F. Valente, BML 60, 51;  Se o grão de trigo, F. Santos, BML 60, 54;  Pai, se este cálice, F. Santos, BML 40, 16. Legenda para imagem: Levanta-te, toma a tua enxerga e anda.