Tiveram lugar na Universidade Católica do Porto de 6 a 9 de Fevereiro
As Jornadas de Teologia sobre a temática “ Nova Evangelização: Desígnio Humano
de Expansão ou Partilha do Dom Inestimável de Deus”
Uma excelente iniciativa de temas actuais e pertinentes.
Feita a abertura com a Presidência Sua Excelência Reverendíssimo D. António Bessa Taipa,
Bispo Auxiliar do Porto, e o Senhor Presidenta da UC P Professor Doutor Joaquim Azevedo,
no primeiro dia, 6 de Fevereiro, seguiram-se as Conferências
de D. José Cordeiro: “ O Lugar da Liturgia na Nova Evangelização”
e do Doutor Arnaldo de Pinho: “ Evangelizar: O Dom e a Tarefa” na parte de manhã
e Do Doutor João Duque: “ O Futuro do Catolicismo, segundo J.L. Marion"
e do Doutor José Lopes Baptista: “ O Movimento dos Cursilhos de Cristandade: Uma Forma de Evangelização.
Como Moderadores de manhã Doutor José Calos Carvalho
e de tarde Doutor Abel Canavarro.
No segundo dia, 7 de Fevereiro, prosseguiram as Jornadas
com as Conferências de D. Adolfo González Montes: “ A Nova Evangelização da Europa: Que Sentido? E “ Que Igreja Para a Nova Evangelização?”
e de tarde com o Doutor Abel Canavarro:” Nova Evangelização e Novas Espiritualidades
e do Doutor José Macedo: “ Há lugar para a Acção Católica na Nova Evangelização?”
Como Moderadores Doutor Arnaldo Cardoso de Pinho de manhã e Doutora Manuela Brito Martins.
No terceiro dia, 8 de Fevereiro, D. António Couto” Missão e Nova Evangelização”
e do Doutor Arlindo Magalhães: “Implicações Pastorais na Nova Evangelização” de manhã
e Doutor José Acácio de Castro. “ O Homem e as Coisas que Modificaram a Percepção do Mundo “
e Doutor Jorge Cunha: Dificuldade do Cristianismo Com a Cultura e a Ética de Hoje”
Como Moderadores de manhã Doutor Adélio Abreu
e de tarde Doutor António Augusto de Azevedo.
No quarto e último dia, 9 de Fevereiro, Encerramento
com Sua Excelência Reverendíssima
o Senhor Bispo D. Manuel Clemente: “ Evangelização e Missão: o Caso da Diocese do Porto”.
Com finalização da Eucaristia concelebrada e participada.
Como Moderador Doutor Jorge Cunha.
Em cinco pontos referiu Sua Excelência Reverendíssima
1- Em constatação a situação da Diocese de há cinco anos a esta parte.
O tempo em que está à frente da mesma.
Na Diocese faleceram 12 sacerdotes em cada ano. Cerca de 60 falecidos.
Foram ordenados 9 Presbíteros
e cerca de 100 Diáconos Permanentes.
A sensação de se ser “pusillus grex” pequeno rebanho.
Mil praticantes em Paróquias de dezenas de milhar de habitantes…
Há débitos, mas também há créditos.
O confronto das duas pastorais de Manutenção e de Fermentação.
Manutenção que em alguns casos é insustentável,
como por exemplo exigir e reivindicar lugares de cultos e capelas.
2 – Uma Pastoral de Fermentação, de Fermento.
Novos dados e iniciativas.
A festa do Corpo de Deus no passado e no presente.
O Natal.
A sobrevivência do Meninos Jesus ( estandarte do Natal) em detrimento do Pai Natal da Coca Cola.
O lugar comum do Tríduo Pascal que perpassa para iniciativas da Juventude, famílias e Retiros!
3 – A religiosidade popular tão arreigada no povo e na sua mentalidade onde se manifesta a ligação ao passado, à história e ao culto dos mortos.
A presença indeclinável na vida das pessoas do tríptico:
A terra,
o sangue
e os seus mortos.
4 – O próximo Sínodo dos Bispos irá versar o tema do Anúncio, da Fé, da Crença.
5 – A nova Evangelização sempre presente nos documentos Pontifícios e agora na circunstância da Comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II:
Evangellii Nuntiandi,
Christifideles Laici,
1ª Epístola de S. João Evangelista,
bem como o Ano da Fé anunciado pelo actual Papa Bento XVI.
Tudo indício de novos tempos, novas eras e início de Novo Ardor e ardores.
Parabéns à organização das Jornadas.
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1. Quando há cinco anos saudei a Diocese, disse que a primeira alínea do meu programa era precisamente “conhecê-la”. Começo por confessar que, apesar de constantes visitas, contactos e conversas, ainda estou longe de o conseguir e duvido que alguma vez o consiga plenamente, tão densa ela é de pessoas, instituições e iniciativas, constituindo, aliás, uma realidade dinâmica e movediça. Basta referir que, só no respeitante ao clero, falecendo cerca de doze padres em cada ano, ordenei apenas nove em todo este lustro, e meia centena de diáconos… Concomitantemente, aumentou a participação do clero religioso e de outras dioceses no nosso serviço paroquial. Houve também variação significativa nos institutos religiosos e seculares, com mudanças de pessoas e desactivações comunitárias. Nas comunidades cristãs, sentem-se, aqui e ali, dificuldades no tocante ao número e à preparação de leigos para os vários sectores, da catequese ao sócio-caritativo. Apesar de tudo, é ainda expressiva a presença de católicos no mundo das IPSS e em várias organizações de todo o tipo da sociedade civil. Seja como for, a sensação – para não dizer a evidência - é de “pequeno rebanho”, sobretudo em meios urbanos e suburbanos: - Que significam mil ou dois mil “praticantes” habituais em freguesias de dezenas de milhares de habitantes? Pode significar muito, se atendermos à convicção reforçada que precisam de ter e à rarefação comunitária que caracteriza em geral o nosso tempo. Mas contraria qualquer autodefinição “cristã” ou “católica” que, como sociedade, pretendêssemos manter… Direi, em suma, que temos débitos, mas também créditos, para passarmos duma pastoral de “manutenção” para o que mais urge agora como “fermentação” evangélica duma sociedade diferente, que está irremediavelmente aí – para não dizer “aqui” -, como mentalidade e cultura, dentro dos nossos próprios meios, famílias e instituições, mais ou menos confessionais e confessantes. Assim estamos, entre o passado e o futuro, como em qualquer tempo acontece, mas agora mais depressa e com maior exigência - para os que ficamos e para os que, apesar de tudo, esperam por nós. 2. Disse “fermentação evangélica” e cada vez me convenço mais que é precisamente disso que se trata. Fermento na massa, minúscula semente a germinar num campo largo, pequeno rebanho por aqui e ali… Estas imagens evangélicas são novamente as mais adequadas para nos definirem como cristãos no mundo e para o mundo. Estamos já tão longe de alegadas coincidências Igreja – sociedade, como longe se encontra agora, por exemplo, a solenidade do Corpo de Deus de representar a incorporação da sociedade na Igreja, que noutros tempos significaria… Por si mesma, tal solenidade e procissão, não permitiria espectadores, mas só figurantes. Nalguns sítios, ainda poderá ser quase assim, mais ou menos. Mas, em geral, temos de a celebrar hoje como profecia do que o mundo há-de ser, quando, de facto, o Corpo de Cristo, eucaristicamente acolhido, se tornar em nós e para o mundo, no seu corpo eclesial também. Sem triunfo e como oferta. E o mesmo se diga do Natal, redescobrindo nas nossas comunidades e famílias a familiaridade que Deus quis ter connosco naquele “Menino que nos foi dado”, presente insubstituível, até na era que iniciou e não tem propriamente um “depois de “. Ou da Páscoa, anual, semanal e de todos os dias e circunstâncias, substância única de Cristo e dos cristãos, redescoberta como tríduo incessante e passagem obrigatória “do mundo para o Pai”, ou seja, duma vida securitária e egocêntrica para uma existência de fé e caridade, só possível no Espírito de Cristo. Quando há cinquenta nos o Concílio Vaticano II nos definiu como Igreja, foi assim que o quis fazer, em relação profética com o mundo, só possível mantendo a identidade específica que tanto contrasta como convida, e contrasta para convidar. Oiçamo-lo: “… a Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano” (Lumen Gentium cum sit Christus, nº 1). Isto somos essencialmente, nisto mesmo nos havemos de tornar, no Porto ou alhures. É este precisamente o escopo da “nova evangelização”, protagonizada por comunidades cristãs que se redefinam como “corpo eclesial de Cristo”, profecias vivas do que o mundo há-de ser. Convertidas, definidas e autênticas, para que o mundo as aperceba como diferença oferecida. Sem privilégio, porque graças são encargos. 3. Cabe aqui uma breve nota sobre a religiosidade popular, de intensa expressão na Diocese do Porto. Como acontece em geral, ela tem o mérito de exprimir a humanidade ancestral que compartilhamos todos, em torno de sentimentos básicos e não menosprezáveis. Fixa-nos ou devolve-nos à terra, a “nossa” terra; recupera-nos os mortos, os “nossos” mortos; e liga-nos aos nossos actuais, do “nosso” sangue. Sentimentos básicos que todas as religiões encobrem, antes e depois de qualquer inculturação que seja. Também por isso somos uma humanidade só, em qualquer parte dos cinco continentes e em qualquer estádio de civilização. Porque nos ligam e religam, tais sentimentos, unindo o aquém e o além, constituem uma “religiosidade”; porque são prévios e comuns, ganham a nota de “popular”. Os Evangelhos estão cheios destes indícios, sendo difícil perceber Jesus e os que o procuravam fora da religiosidade popular judaica ou pagã daquele tempo. Ele mesmo chorou sobre Jerusalém ou pelo seu amigo Lázaro e manteve parentes e amigos. Mas em tudo sobrelevou a sua condição filial em relação a Deus Pai - o Pai que partilhou connosco -, que se exprime com o termo “piedade”, por isso mesmo libertadora dos laços atávicos da mera religiosidade, sobremaneira particularista. À samaritana disse que se pode adorar em Deus em qualquer lado, desde que em espírito e verdade; a quem chama ao discipulado diz para deixar os mortos enterrarem os seus mortos; e aos próprios parentes apontará os seus ouvintes como a nova família dos filhos de Deus. Interna e externamente este é um importantíssimo desafio da “nova evangelização” na Diocese do Porto. Qualquer responsável pastoral constatará como grande parte dos pedidos – ou reclamações – que lhe chegam tem a ver com manifestações de religiosidade popular, no sentido de manter tradições familiares ou locais. Também concluirá tratar-se de algo merecedor de consideração e respeito, por manifestar afinal o próprio ser humano nos seus dinamismos mais espontâneos. Como pode ser – e nalguns casos é, de facto, – um factor importante de reunião e solidariedade de populações hoje tão dispersas. Mas é preciso evangelizar a religiosidade, para a converter em piedade; e fazê-lo como Jesus fazia, pregando a Palavra que nos congrega em Igreja. Conheço casos em que muito se conseguiu incluindo a oração e a meditação de trechos evangélicos nas reuniões de preparação de festas de padroeiros. Quando há uns três anos os nossos Secretariados Diocesanos lançaram conjuntamente a Missão 2010, fixaram-se nisso mesmo, ou seja, na potenciação evangélica dalgumas manifestações mais comuns da religiosidade e piedade populares. Por isso se cantaram Janeiras por todo o lado, nalguns casos mais e noutros ainda melhor, na comunicação mais explícita da alegria do “Deus connosco”. E o mesmo depois, em torno das tradições quaresmais ou pascais, marianas ou dos santos e defuntos. Constato com agrado que em muitos lados continuam, com igual preocupação evangelizadora. E, especialmente, que tal envolve aqui e ali a própria comunidade cristã, tornada ela mesma o suporte vivo duma missão permanente. Falando em missão, reparo também que o dinamismo missionário vai crescendo, chegando a ligar missões internas com externas, paróquias havendo onde se torna habitual a participação dalguns dos seus membros em ações de evangelização e voluntariado em África ou noutras partes, num vai-vem que a facilidade actual de comunicações permite e “treina” para o que temos de fazer aqui. A missão é só uma e nasce em corações missionários, como hoje só podemos ser. 4. É com estas e outras experiências e reflexões, intensamente compartilhadas no dia a dia desta Diocese, que nos preparamos com a Igreja em geral para a próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, que versará precisamente o tema da “nova evangelização”. Aliás, a experiência e a avaliação da nossa Missão 2010 estiveram já presentes – com outras similares de diversas proveniências – no processo de reflexão que a Conferência Episcopal Portuguesa tem levado por diante em idêntico sentido. Estamos, ainda e sempre, em plena recepção do que o Concílio Vaticano II nos ofereceu há meio século. Costumamos referir a notável exortação apostólica pós-sinodal de Paulo VI Evangelii nuntiandi (1975) como grande marco para a “nova evangelização”, ainda que o termo seja mais próprio do pontificado de João Paulo II. Mas não esqueçamos que era já essa a preocupação de João XXIII, para que a Igreja progredisse francamente numa relação mais evangelizadora com um mundo que, apesar de tudo, a esperava, sendo esse o grande “sinal dos tempos”, a que era urgente corresponder. São de João XXIII estas palavras, no encerramento da primeira sessão do Concílio, em Dezembro de 1962: “Será verdadeiramente o ‘novo Pentecostes’, que fará florescer a Igreja nas suas riquezas interiores e na sua atenção materna a todos os campos da actividade humana; será novo passo em frente, do reino de Cristo no mundo, reafirmação cada vez mais alta e persuasiva da alegre boa nova da Redenção, anúncio luminoso da soberania de Deus, da fraternidade humana na caridade, da paz prometida na terra aos homens de boa vontade, em correspondência ao beneplácito celeste”. Reparámos certamente na “novidade” da evangelização, alegre e persuasiva: isso mesmo que, duas décadas depois, João Paulo II transformará em quase fórmula da “nova evangelização”, como todos sabemos de cor e devemos saber de prática, no Porto ou onde for: “nova no ardor, nova nos métodos e nova nas expressões”. E é significativo que se inclua numa exortação apostólica pós-sinodal sobre a África – mas com incidência universal - uma das últimas definições do tema: “A obra premente da evangelização realiza-se de maneira diversificada segundo a situação específica de cada país. Em sentido próprio, temos a missio ad gentes dirigida àqueles que não conhecem Cristo. Em sentido lato, fala-se de ‘evangelização’ para referir o aspecto ordinário da pastoral, e de ‘nova evangelização’ para a pastoral com aqueles que abandonaram a praxis cristã” (Africae Munus, nº 160). Não é difícil concluir que, na Diocese do Porto, de tudo isto precisamos hoje. A maior parte do trabalho pastoral faz-se ainda portas adentro das comunidades, muito requisitado pelas necessidades imediatas do acompanhamento, doutrinação e vida sacramental dos crentes em todo o arco da existência humana, bem como pela correspondência às solicitações da religiosidade e da piedade popular, ou às muitas solicitações do sector sócio-caritativo, tão prementes na actual situação do país. Mas há também casos de missio ad gentes, pois alastra o desconhecimento real de Cristo, mesmo em quem já lhe ouviu o nome. E urge a “nova evangelização” de quem abandonou a praxis cristã, ou não foi nela verdadeiramente iniciado, ou dela está parcialmente privado por situação pessoal irregular, em especial no que ao matrimónio respeita. E temos de convir que, sendo notáveis os esforços de muitos pastores e seus colaboradores no campo da evangelização habitual e comunitária, são crescentes entre nós as necessidades de missio ad gentes e de “nova evangelização”, para que a todos cheguem o anúncio de Cristo vivo e/ou a participação possível e sempre desejável na vida do seu corpo eclesial. 5. Quero ainda encerrar estas breves considerações sobre o tema, com aquela que me parece – ainda hoje – a alusão mais operativa e finalizada à “nova evangelização” nos documentos pontifícios. Vou buscá-la à exortação apostólica pós-sinodal Christifideles Laici, de João Paulo II. É de 1988 e diz assim, no nº 34, entre outras coisas igualmente interessantes, que todas juntas nos oferecem um programa tão completo como sempre por cumprir: “Esta nova evangelização, dirigida não apenas aos indivíduos mas a inteiras faixas de população, nas suas diversas situações, ambientes e culturas, tem por fim formar comunidades eclesiais maduras, onde a fé desabroche e realize todo o seu significado originário de adesão à pessoa de Cristo e ao seu Evangelho, de encontro e de comunhão sacramental com Ele, de existência vivida na caridade e no serviço”. Uma palavra ainda: Ter-se-á notado que não me detive em considerações mais “culturais”, inegavelmente importantes. É certo que a “nova evangelização” tem também esse nível e incidência, não deixando de lhes corresponder algumas iniciativas levadas a cabo, designadamente, por esta Universidade Católica, os Secretariados Diocesanos da Pastoral da Cultura ou Universitária, a Associação Católica do Porto (ciclos Ecce Homo), etc. Mas estou absolutamente em crer que a comunidade cristã - toda a comunidade cristã – há-de ser o sujeito colectivo em que a vida do Ressuscitado se compartilhe e donde brote o testemunho que a todos convidará também. Digamos que é um culto que redunda em cultura e cultura que dele necessariamente se alimenta, para ser propriamente “cristã”. Não esqueçamos, a propósito, que a primeira evangelização da Europa conseguiu o fulgor cultural da Patrística em profunda ligação à experiência comunitária da generalidade dos seus protagonistas: de Ireneu a Ambrósio, de Cipriano a Agostinho, dos Capadócios a Crisóstomo ou Leão, todos se ligavam a comunidades episcopais ou monásticas, onde o culto se fez cultura. É a vida de Cristo que irradia, partilhada no mundo pelos que realmente, isto é, comunitariamente a descobrem. Valham por muitos estes versículos de ouro, todos no plural comunitário: “O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida, […] o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também vós estejais em comunhão connosco. E nós estamos em comunhão com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Escrevemo-vos isto para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo 1, 1-4). Assim numa comunidade joânica do século I, assim no Porto em 2012. Manuel Clemente Universidade Católica Portuguesa – Porto, Jornadas de Teologia, 9 de Fevereiro de 2012 Do site: http://www.diocese-porto.pt |
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