quinta-feira, 22 de abril de 2010

Conselhos aos Professores ainda não aposentados! Manual da conduta do professor, perante os CEF!


    Conselhos ao Professores ainda não aposentados!
    Manual da conduta do professor, perante os CEF!
    Subsídios para um relacionamento saudável com os alunos dos CEFs.
    Este pequeno Manual tem em vista ajudar os professores a lidar com a faixa de alunos mais incompreendidos e maltratados do sistema de Ensino em Portugal, também conhecidos pelos “filhos da Ministra”.
    O autor não se constitui como o arauto da verdade absoluta
    e por isso aceita as críticas e sugestões a introduzir numa nova edição, se a houver.
    O documento é portanto, dinâmico e de reflexão, e pretende corrigir eventuais desvios de comportamento dos professoreis perante determinadas situações reais. comprometedores para o futuro de uma parte dos discentes,
    e de suas famílias,
    que tanto sacrifício fazem para frequentar um CEF.
    Seleccionei as 16 questões mais frequentes,
    e sobre elas lavrei os conselhos que me pareceram mais ajustados.
    1. Quando o(a) aluno (a) chega atrasado(a).
    Quando (a) aluno(a) chega atrasado (a) mande entrar
    e indague dos motivos do atraso.
    Procure sobretudo saber se a família ficou bem em casa
    e verifique se arqueja mesmo que levemente devido à pressa com que se dirigiu para a aula.
    Pergunte se não quererá um copo de água
    e descansar um bocadinho no recreio
    ou mesmo ali debruçado sobre a mesa.
    Se já marcou a respectiva falta releve-a para que o ( a) aluno (a)  numa próxima oportunidade não se sinta pressionado (a).
    2.   Quando o(a) aluno(a) pede para ir lá fora, ainda mal acabou de entrar na sala de aula.
    Se o (a)  aluno (a) lhe pedir para ir lá fora mesmo que tenha acabado de entrar seja compreensivo (a),
    ele (ela) pode muito bem estar com necessidade de fazer alguma necessidade que não fez durante o intervalo
    devido ao facto de ter tido a necessidade de cumprir outra qualquer necessidade mais urgente.
    É sabido que o curto lapso de tempo que é o interregno entre aulas
    mal dá para namorar um pouco
    ou mastigar um pastel de nata.
    Na dúvida deve sempre deixar o (a) aluno (a) sair porque
    é regra de ouro que na incerteza prevalece sempre a vontade dos alunos.
    3.   Quando o(a) aluno (a) não está a prestar atenção ao que o docente está a dizer.
    Quando o (a) aluno (a) está  ausente questione-o (a)  no sentido de saber se essa “ausência tem alguma coisa a ver
    com preocupações da sua vida familiar
    amorosa social ou outra.  
    Pergunte-lhe em que estava a pensar
    e ajude-o ( a ) na medida do possível.
    Ofereça-lhe boleia para casa ao fim das aulas
    e no percurso pergunte-lhe se é problema de dinheiro.
    Se for, empreste-lhe a quantia que acha razoável para que ele (a) resolva os seus problemas mais prementes.
    4.   Quando o aluno (a) está permanentemente virado (a) para trás.
    Nestes casos convém verificar se o (a) aluno (a) está na última fila
    ou nas outras mais à frente.
    Se estiver na última fila pode tratar-se
    de síndroma de perseguição uma vez que atrás dele presumivelmente não esta ninguém embora ele imagine que está e daí varar-se.
    Registe o facto e na 1ª oportunidade transmita o sucedido ao DT a fim de que ele proceda em conformidade quiçá comunicando o caso à Equipa de Educação para a Saúde.
    Se ele (a) estiver numa das filas à frente da fila de trás não é preocupante espere que ele (a) termine a transmissão de algo inadiável que estava a fazer para o colega à sua retaguarda
    advirta-o (a)  para o perigo de se voltar  bruscamente por causa dos torcicolos.
    Se por acaso se verificar mesmo o torcicolo não caia na tentação de lhe torcer o pescoço no sentido contrário porque apesar da sua boa vontade podem acusá-lo
    (a ) de agressão a jovem indefeso (a).
    5.   Quando o(a) aluno (a) pede para ir ‘mijar”
    Quando o(a) aluno (a) lhe pede para ir “mijar”
     pergunte-lhe delicadamente se o que ele (a) quer mesmo não é “ir urinar?’.
    Se reagir com espanto inquirindo-lhe de ir fazer o quê?!”
    explique-lhe pacientemente que urinar é mesmo de fazer “xi-xi”
    e que um menino (a)  educado (a) não diz “mijar”. 
    Quando muito poderá dizer “realizar uma micção”
    ou ainda, na pior das hipóteses,
     usar um diminutivo popular dizendo que vai fazer uma “mijinha”.
    Se ele (a) não perceber,
     ilustre a situação no quadro
    ou então exemplifique  você mesmo,
    com todos os pormenores, ao vivo e a cores.
    6.   Quando o(a) aluno(a) pede para ir comer.
    Se O(a) aluno(a) lhe pedir para ir comer
    procure informar-se se é a 1ª refeição que ele (a) vai tomar esse dia,
    e sendo, aconselhe-o (a) sobre o que deve comer para não lhe cair ‘fundo”
    do estômago.
    Diga-lhe também que não coma à pressa porque comer à pressa faz mal.
    Que não se preocupe com o tempo porque a aula pode esperar;
    o essencial é a saúde.
    Aconselhe-o (a) a mastigar os alimentos pelo menos 35 vezes,
    a fim de que o bolo alimentar fique devidamente preparado para ser recebido pelo seu delicado estômago.
    7.   Quando o (a) aluno (a)boceja.
    Segundo o povo bocejar pode ter dois significados
    ou se está com sono
     ou com fome.
    Procure saber qual das situações tem a ver com o bocejo ou,
    o que pode ser mais grave, se se trata do cúmulo das duas.
    Se for fome procure saber a que se deve, porque  pode ser um problema de falta de dinheiro
    e isso é uma situação grave e preocupante.
    Neste caso não hesite em disponibilizar uma pequena verba
    ou empreste o seu cartão da escola para que o aluno se possa alimentar.
    Participe depois o sucedido à Direcção da escola e entregue o talão da despesa, pode ser que haja verba para lhe restituírem o dinheiro emprestado.
    Se for sono aconselhe-o ( a) a encostar-se um pouco  na mesa
    e fale mais baixo tendo em atenção
    os conselhos do ponto seguinte..
    8.   Quando o(a) aluno (a) dorme na aula.
    Quando o (a) aluno (a) dorme na aula.
    Não o(a) acorde.
    Modele o tom de voz, procurando um  registo mais grave
    e reduzindo um pouco o volume.
    No entanto. antes do toque de saída procure saber se ele(a) dormiu o suficiente na noite anterior se teve insónias devido à escola,
    se tem algum problema familiar
    ou coisa do género.
    Assegure-se de que em última análise não existirá algum problema de saúde associado.
    Na dúvida comunique o caso à Equipa de Educação para a Saúde.
    9.Quando o(a) aluno(a) fala em Crioulo
    Quando o(a) aluno (a) fala em crioulo,
    de duas uma,
    ou ele (a) sabe que você sabe crioulo e quer que você saiba o que ele quer dizer, ou ele sabe que você não sabe crioulo
    e não quer que você saiba o que ele está a dizer.
    De uma forma ou outra ele(a) pretende provocar.
    Não se deixe intimidar, diga que sim e faça de conta que não percebeu nada, mesmo que tenha percebido
    Na 1ª oportunidade passe no Centro de Formação
    e veja se já abriu a acção de formação,
    há muito prevista no plano, para aprender o dito crioulo.
    O saber não ocupa lugar e em breve, vai fazer-lhe falta já que o crioulo, diz-se, vai passar a ser a 1ª língua oficial da escola.
    10.Quando o(a) aluno(a) se levanta e, sem motivo aparente, vai até à janela.
    O (a) aluno (a) vai fazer aquilo que em gíria se chama “ laurear a pevide”.
    E como esta juventude precisa de laurear a pevide como a boca precisa de pão, não fique preocupado (a) ele (a) vai ver o que se passa no recreio
    e logo logo regressa ao seu lugar com muito menos vontade do que tinha,
    quando inopinadamente se ergueu e foi à janela.
    Com um bocadinho de sorte, pode ser que daí a mais um pouco se deixe dormir para só acordar próximo da hora de acabar a aula.
    11.Quando o(a) aluno (a) fala alto com o colega do lado.
    Faça um compasso de espera,
    sorria levemente com ar benevolente para que aluno(a) não se melindre.
    Deixe que ele (a) acabe a conversa
    e pergunte delicadamente se pode continuar.
    Perante a resposta afirmativa agradeça o gesto
    e continue a sua explicação sobre a matéria.
    Interrompa sempre que o acto se repita e reitere o mesmo procedimento.
    Não mostre enfado.
    12.Quando o(a) aluno(a) o(a) manda para o ‘c___alho”
    Se o(a) aluno (a)  mandar para o c___lho,
    reaja com calma e pense que algum motivo  
    ele há-de ter para se insurgir dessa forma.
    Não esqueça um velho principio comercial que diz
    que o cliente tem sempre razão,
    e sendo os alunos os nossos clientes,
    não é preciso dizer mais nada.
    De qualquer forma explique-lhe que ele está a reagir de cabeça quente
    e que não são modos próprios para se dirigir ao (à)  professor(a).  
    Diga-lhe com serenidade que deve usar o termo “pénis”
    em vez de ‘c___alho” ou então mande-o (a) a ele a (ela)  mandá-lo  (a)
     a si) para a “vagina da sua  mãe”.
    Ditas as frases desta forma,
     tornam-se muito mais simpáticas
    e nem têm  carga ofensiva porque se evitou o palavrão grosseiro,
    gratuito e fútil.
    Aproveite ate para fazer uma introdução à Educação Sexual
    e explique-lhe qual é a diferença um ’e pénis e vagina”,
    o que os dois fazem.
    Quando o 1 º penetra a 2ª. e ainda as consequências dessa acção.
    Se ele não perceber faça-lhe um desenho para ilustrar o acto.
    13. Quando o(a) aluno(a) encostar o seu dele(a) peito ao seu (seu) peito.
    O essencial é manter a calma,
    por natureza estes( as) alunos (as)  são serenos (as)
    e  brincalhões (onas).
    Sorria ainda que o sorriso tenha tons de amarelo.
    Se for preciso peça desculpa
    e prometa que o motivo que levou a encostar os peitos,
    mesmo que o desconheça jamais se repetirá.
    14. Quando o(a) aluno (a) grita no Hall de entrada do Pavilhão .
    E bom sinal, os (as)  a1unos (as) estão a extravasar a energia
    acumulada durante um dia,
    resultante da pressão de tanto estudo.
    E um escape necessário, devemos por isso aconselhá-los
    a gritar ainda mais alto para abrir  completamente os pulmões.
    15. Quando o (a) aluno(a) grita com a(o) funcionária(o).
    Alguma a(o) funcionária (o) lhe fez.
    Devemos certificar-nos dos motivos
    e participar da (o) empregada (o) à Direcção para que esta proceda em conformidade.
    Uma boa proposta será deixar o Pavilhão
    sem funcionária (o),
    porque assim corta-se o mal pela raiz.  
    16 .Quando o(a) aluno(a) solta um gás.
    Quando o aluno (a) solta um gás devemo-nos pôr a jeito
    e com as fossas nasais bem  desobstruídas,
    a fim de que o mesmo cause o efeito desejado por quem o solta, 
    de contrário será uma desilusão
    e a última coisa que devemos fazer,
    com os alunos, é desiludi-los.
    Quando o gás vem com pressão suficiente para provocar som audível,
    não devemos evitar que todos os outros alunos se riam, devemos,
    pelo contrário,
    incentivar
    e rir muito também,
    promovendo assim  uma verdadeira alegria no trabalhão.
    Mas atenção !
    O(a) professor (a) está terminantemente proibido (a) de gasear.
    A liberdade tem limites.
    ( tirado  com a devida vénia do blog do olho do cuco)

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