sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Reflexões sobre Recolhimento Sobre o Silêncio / Deserto e Solidão!!!

Reflexões sobre Recolhimento
Sobre o  Silêncio / Deserto e Solidão
 1.Necessidade e valor do silêncio
Como Deus é Espírito, não tendo corpo material, tanto Deus Pai, como Deus Espírito Santo ( só Cristo passou pela Incarnação  a ter corpo), tem de ser feito perante Deus o culto num ambiente espiritual
e não no ambiente puramente material dos sentidos corporais ( estes apenas colaborarão sem chegar a dominar a supremacia das dificuldades espirituais da alma).
Por conseguinte a espectacularidade externa da vista, música (com som alto e movimentada), de um ambiente espiritual e celestizante.
Por outro lado há o culto litúrgico
e o culto privado ( tanto pessoal como comunitário).
Ora o culto litúrgico tem como característica própria de estar nele Deus,
presente não só a presidir ( embora invisivelmente)
mas também a actuar ( transmitindo o seu ideal na parte de Liturgia da Palavra como também dando-nos a graça divina na parte Eucarística).
Como é dito no Jornal Voz Portucalense de 15/05/2010 pag, final :
“A Liturgia para o ser tem de começar já num ambiente de silêncio
ou recolhimento como também disse Romano Guardini :
“ porque segundo as suas palavras a liturgia em larga medida tem palavras ditas por Deus ou dirigidas a Deus, ( …), devem ser ( …) cheias de calma e de silêncio interior”.
Realmente como disse o citado Jornal Voz Portucalense
o culto litúrgico não é uma criação
ou criatividade nossa como agora se diz
ou um fabrico nosso
mas vem-nos dado como um dom de Deus / parte principal e mais importante)
embora a esta parte divina acrescentemos uma parte nossa de colaboração
e participação que nunca deve dominar ou abafar a parte divina.
2. Ideia Geral de Recolhimento
O culto a Deus, sobretudo o litúrgico, deve ser como Deus quer
e não como nós queremos à nossa maneira (limitada e defeituosa),
tal como disse a Madre Teresa de Calcutá:” o trabalho de Deus tem de ser feito à sua maneira”
 e S. João Crisóstomo muito antes o disse por estas semelhantes palavras:
” Devemos prestar-Lhe ( a Ele Deus) a honra que ele prefere
e não a que mais nos agrada”.
Como sabê-lo?
As coisas mais fundamentais já constam na própria Bíblia
e até na Tradição Viva da Igreja nas suas linhas mais importantes.
Outras não deixando de ser importantes já aparecem estudadas pelos Papas,
grandes santos, etc.etc.
É certo que no decorrer dos tempos não deixaram de aparecer defeitos que acabaram, por vezes com grande demora, por serem corrigidos.
Eis o caso da Bíblia (1ºLivro dos reis 19, 9-13)
e que serve actualmente de 1ª Leitura do 19º Domingo Comum ano A:
“ O profeta Elias chegou ao monte de Deus, chamado, Horeb,
e passou a noite numa gruta.
O Senhor dirigiu-lhe a palavra dizendo:
“ Sai e permanece no monte à espera do Senhor!”
Então o Senhor passou.
Diante dele uma forte rajada de vento fendia as montanhas,
quebrava os rochedos mas o Senhor não estava no vento.
Depois do vento sentiu um terramoto
 mas o Senhor não estava no terramoto.
Depois do terramoto acendeu-se um fogo
mas Deus não estava no fogo.
Depois do fogo ouviu-se uma ligeira brisa.
Quando a ouviu Elias cobriu o rosto com o manto.
Saiu e ficou à entrada da gruta”.
Agora era a passagem do Senhor!
Como se vê Deus não anda em ambientes espectaculares
ou de confusão
e por isso os antigos padres do Deserto do século IV diziam:
” .. o começo dos males é a dispersão”.
Por outro lado alguém afirmou:
” a dispersão é a estrada do filho pródigo”.
Com o ambiente sereno acabado de expor compare-se este texto
do jornal da Ordem de 13/09/2001:
” a Igreja de S. Telmo em Upper Staughter, Cots Wells –
o templo é anglicano mas a presença de Deus  é quase fisicamente palpável.
Paz recolhimento, silêncio,
– as três dimensões de um ambiente que convida  e permite falar com Deus”.
Igreja aprumada e limpa…simplicidade…
em confronto com a profusão de luzes, flores, toalhas
e imagens  a que por cá estamos  habituados”.
Noutro texto aparece escrito:
“recolhimento  interior… para  se encontrar na vida interior e local de encontro com Deus… procurando dominar os sentidos
Perante isto que dizer das Missas tipo samba a que o JN de 11/01/2004
chamou carnaval com Deus!
Ou o caso de certa liturgia classificada de palhaçada de circo,
classificada pelo Diário do Minho  de 16/04/2008 !
No mesmo Diário do Minho de   25/09/2007 ..
uma pessoa declarava ter assistido a uma missa de casamento
tipo discoteca,
panorama semelhante ao que se passava noutra igreja
com bombos, bateria e palmas
como relatava o mesmo jornal sob o título cantar ( muito ) sem Deus.
Em revelações privadas Deus já mostrou o seu desagrado
por tais celebrações demasiado terrenas
e populares:
“ O recolhimento se encontra no tumulto ao som de tambores,
essa música ( tratava-se de uma fanfarra na missa)
é profana
e causa-me um profundo desagrado.
Não me entrego ( às almas) senão no silêncio dos corações.
O profano faz-me fugir!”
“Receio muito não me encontrar no barulho das palavras”.
“O teu silêncio é a mais bela das orações!”.
Ora uma celebração profanizante  descondiz muito da semelhança  
que a Missa da Terra deve ter o mais possível semelhança
com a Missa Celeste  das Bodas do Cordeiro
referidas no Livro do Apocalipse
e até foi essa parecença que levou um protestante a tornar-se católico!
Já a Voz Portucalense de 8/01/2003…
lamentava “o drama de Deus transformado em paródia”
Quanto ao silêncio (ou recolhimento ) não se trata de um silêncio negativo,
isto é, de se estar caladinho a empatar tempo,
não se fazendo nada,
mas sim de um silêncio positivo que é de estar a apreciar,
a meditar,
não se estando evidentemente a falar ou a distrair-se.
A seguir iremos ver com mais profundidade este aspecto positivo.
Quanto ao deserto,
não tem de ser sempre um deserto físico.
Basta e será na maior parte dos casos
um deserto espiritual,  quer dizer: como no deserto físico há falta de tudo
ou quase tudo,
no deserto espiritual há “falta de paixões, pecados, etc”
Tanto no silêncio como no deserto
diversos graus
como iremos ver também no número seguinte.
Assim todas as pessoas no seu culto a Deus
devem usar o silêncio
ou deserto naquele grau
ou modalidade apropriada ao seu estado de vida,
conforme a generosidade
e a medida das possibilidades.
(continua)

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