sexta-feira, 15 de julho de 2011

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum 
convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, 
a quem não interessa a marginalização do pecador, 
mas a sua integração na comunidade do “Reino”; 
e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, 
deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo 
e sobre os homens.
A primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força 
e omnipotência, é indulgente e misericordioso 
para com os homens – mesmo quando eles praticam o mal. 
Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem “humanos”, 
isto é, a terem um coração tão misericordioso 
e tão indulgente como o coração de Deus.
O Evangelho garante a presença irreversível 
no mundo do “Reino de Deus”. Esse “Reino” 
não é um clube exclusivo de “bons” 
 e de “santos”: nele todos os homens – bons e maus – encontram 
a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, 
de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, 
a bondade e a misericórdia de Deus. 
Afirma que o Espírito Santo – dom de Deus – vem em auxílio 
da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena.

LEITURA I – Sab 12,13.16-19

Leitura do Livro da Sabedoria
Não há Deus, além de Vós,
que tenha cuidado de todas as coisas;
a ninguém tendes de mostrar que não julgais injustamente.
O vosso poder é o princípio da justiça
e o vosso domínio soberano
torna-Vos indulgente para com todos.
Mostrais a vossa força
aos que não acreditam na vossa omnipotência
e confundis a audácia daqueles que a conhecem.
Mas Vós, o Senhor da força, julgais com bondade
e governais-nos com muita indulgência,
porque sempre podeis usar da força quando quiserdes.
Agindo deste modo, ensinastes ao vosso povo
que o justo deve ser humano
e aos vossos filhos destes a esperança feliz
de que, após o pecado, dais lugar ao arrependimento.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 85 (86)
Refrão: Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para com todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica.

Todos os povos que criastes virão adorar-vos, Senhor,
e glorificar o vosso nome,
porque Vós sois grande e operais maravilhas,
Vós sois o único Deus.

Senhor, sois um Deus bondoso e compassivo,
paciente e cheio de misericórdia e fidelidade.
Voltai para mim os vossos olhos
e tende piedade de mim.


LEITURA II - Rom 8,26-27
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
O Espírito Santo vem em auxilio da nossa fraqueza,
porque não sabemos que pedir nas nossas orações;
mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inefáveis.
E Aquele que vê no íntimo dos corações
conhece as aspirações do Espírito,
sabe que Ele intercede pelos santos
em conformidade com Deus.



ALELUIA – cf. Mt 11,25

Aleluia. Aleluia.

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.


EVANGELHO – Mt 13,24-43

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
Jesus disse às multidões mais esta parábola:
“O reino dos Céus pode comparar-se a um homem
que semeou boa semente no seu campo.
Enquanto todos dormiam, veio o inimigo,
semeou joio no meio do trigo e foi-se embora.
Quando o trigo cresceu e deu fruto,
apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram dizer-lhe:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo?
Donde vem então o joio?
Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’.
Disseram-lhe os servos:
‘Queres que vamos arrancar o joio?’
‘Não! – disse ele –
não suceda que, ao arrancardes o joio,
arranqueis também o trigo.
Deixai-os crescer ambos até à ceifa
e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros:
Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar;
e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“.

Jesus disse-lhes outra parábola:
“O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda
que um homem tomou e semeou no seu campo.
Sendo a menor de todas as sementes,
depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças
e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”.
Disse-lhes outra parábola:
“O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento
que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha,
até ficar tudo levedado”.
Tudo isto disse Jesus em parábolas,
e sem parábolas nada lhes dizia,
a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta,
que disse: “Abrirei a minha boca em parábolas,
proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo”.

Jesus deixou então as multidões e foi para casa.
Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe:
“Explica-nos a parábola do joio no campo”.
Jesus respondeu:
“Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem
e o campo é o mundo.
A boa semente são os filhos do reino,
o joio são os filhos do Maligno
e o inimigo que o semeou é o Demónio.
A ceifa é o fim do mundo
e os ceifeiros são os Anjos.
Como o joio é apanhado e queimado no fogo,
assim será no fim do mundo:
o Filho do homem enviará os seus Anjos,
que tirarão do seu reino todos os escandalosos
e todos os que praticam a iniquidade,
e hão-de lançá-los na fornalha ardente;
aí haverá choro e ranger de dentes.
Então, os justos brilharão como o sol
no reino do seu Pai.
Quem tem ouvidos, oiça”.

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