22º
Domingo do Tempo Comum – Ano B
A
liturgia do 22º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre a “Lei”.
Deus quer a realização e a vida plena para o homem e, nesse sentido, propõe-lhe
a sua “Lei”. A “Lei” de Deus indica ao homem o caminho a seguir. Contudo, esse
caminho não se esgota num mero cumprimento de ritos ou de práticas vazias de
significado, mas num processo de conversão que leve o homem a comprometer-se
cada vez mais com o amor a Deus e aos irmãos.
A
primeira leitura garante-nos que as “leis” e preceitos de Deus são um caminho
seguro para a felicidade e para a vida em plenitude. Por isso, o autor dessa
catequese recomenda insistentemente ao seu Povo que acolha a Palavra de Deus e
se deixe guiar por ela.
No
Evangelho, Jesus denuncia a atitude daqueles que fizeram do cumprimento externo
e superficial da “lei” um valor absoluto, esquecendo que a “lei” é apenas um
caminho para chegar a um compromisso efectivo com o projecto de Deus. Na
perspectiva de Jesus, a verdadeira religião não se centra no cumprimento formal
das “leis”, mas num processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus
e a viver numa real partilha de amor com os irmãos.
A
segunda leitura convida os crentes a escutarem e acolherem a Palavra de Deus;
mas avisa que essa Palavra escutada e acolhida no coração tem de tornar-se um
compromisso de amor, de partilha, de solidariedade com o mundo e com os homens.
LEITURA
I – Dt 4,1-2.6-8
Leitura
do Livro do Deuteronómio
Moisés
falou ao povo, dizendo:
«Agora
escuta, Israel,
as
leis e os preceitos que vos dou a conhecer
e
ponde-os em prática,
para
que vivais e entreis na posse da terra
que
vos dá o Senhor, Deus de vossos pais.
Não
acrescentareis nada ao que vos ordeno,
nem
suprimireis coisa alguma,
mas
guardareis os mandamentos do Senhor vosso Deus,
tal
como eu vo-los prescrevo.
Observai-os
e ponde-os em prática:
eles
serão a vossa sabedoria e a vossa prudência
aos
olhos dos povos,
que,
ao ouvirem falar de todas estas leis, dirão:
‘Que
povo tão sábio e tão prudente é esta grande nação!’
Qual
é, na verdade, a grande nação
que
tem a divindade tão perto de si
como
está perto de nós o Senhor, nosso Deus,
sempre
que O invocamos?
E
qual é a grande nação
que
tem mandamentos e decretos tão justos
como
esta lei que hoje vos apresento?»
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 14 (15)
Refrão
1: Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?
Refrão
2: Ensinai-nos, Senhor:
quem
habitará em vossa casa?
O
que vive sem mancha e pratica a justiça
e
diz a verdade que tem no seu coração
e
guarda a sua língua da calúnia.
O
que não faz mal ao seu próximo nem ultraja o seu semelhante,
o
que tem por desprezível o ímpio,
mas
estima os que temem o Senhor.
O
que não falta ao juramento, mesmo em seu prejuízo,
e
não empresta dinheiro com usura,
nem
aceita presentes para condenar o inocente.
Quem
assim proceder jamais será abalado.
LEITURA
II – Tg 1,17-18.21-22.27
Leitura
da Epístola de São Tiago
Caríssimos
irmãos:
Toda
a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto,
descem
do Pai das luzes,
no
qual não há variação nem sombra de mudança.
Foi
Ele que nos gerou pela palavra da verdade,
para
sermos como primícias das suas criaturas.
Acolhei
docilmente a palavra em vós plantada,
que
pode salvar as vossas almas.
Sede
cumpridores da palavra e não apenas ouvintes,
pois
seria enganar-vos a vós mesmos.
A
religião pura e sem mancha,
aos
olhos de Deus, nosso Pai,
consiste
em visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações
e
conservar-se limpo do contágio do mundo.
ALELUIA
– Tg 1,18
Aleluia.
Aleluia.
Deus
Pai nos gerou pela palavra da verdade,
para
sermos como primícias das suas criaturas.
EVANGELHO
– Mc 7,1-8.14-15.21-23
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele
tempo,
reuniu-se
à volta de Jesus
um
grupo de fariseus e alguns escribas
que
tinham vindo de Jerusalém.
Viram
que alguns dos discípulos de Jesus
comiam
com as mãos impuras, isto é, sem as lavar.
–
Na verdade, os fariseus e os judeus em geral
não
comem sem terem lavado cuidadosamente as mãos,
conforme
a tradição dos antigos.
Ao
voltarem da praça pública,
não
comem sem antes se terem lavado.
E
seguem muitos outros costumes
a
que se prenderam por tradição,
como
lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –.
Os
fariseus e os escribas perguntaram a Jesus:
«Porque
não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos,
e
comem sem lavar as mãos?»
Jesus
respondeu-lhes:
«Bem
profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas,
como
está escrito:
‘Este
povo honra-Me com os lábios,
mas
o seu coração está longe de Mim.
É
vão o culto que Me prestam,
e
as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’.
Vós
deixais de lado o mandamento de Deus,
para
vos prenderdes à tradição dos homens».
Depois,
Jesus chamou de novo a Si a multidão
e
começou a dizer-lhe:
«Ouvi-Me
e procurai compreender.
Não
há nada fora do homem
que
ao entrar nele o possa tornar impuro.
O
que sai do homem é que o torna impuro;
porque
do interior dos homens é que saem os maus pensamentos:
imoralidades,
roubos, assassínios,
adultérios,
cobiças, injustiças,
fraudes,
devassidão, inveja,
difamação,
orgulho, insensatez.
Todos
estes vícios saem lá de dentro
e
tornam o homem impuro».
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