domingo, 15 de janeiro de 2012

VISITA PASTORAL DE SUA EXCELÊNCIA REVERENDÍSSIMA D.JOÃO EVANGELISTA PIMENTEL LAVRADOR À PARÓQUIA DE ARGONCILHE




 


Decorreu com todo o brio, animação e empenho a Visita Pastoral de 
Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo Auxiliar do Porto  
 D. João Evangelista Pimentel Lavrador à Paróquia da Briosa 
e Histórica Vila de Argoncilhe. 
 
Precisamente dos dias 10, terça-feira,  a 15 de Janeiro, Domingo 
( II Domingo do Tempo Comum).
Perante um programa laboriosamente tratado e agendado 
pelo Jovem  Pároco Padre Emanuel António Couto da Silva  Bernardo, 
simultaneamente Pároco de Canedo desde o dia 11 de Novembro de 1999, 
pelos grupos Paroquiais, Culturais e Recreativos 
foi dado cumprimento meticuloso ao mesmo programa.
Se bem que ainda há pouco tempo à frente do Rebanho 
desta Paróquia de S. Martinho de Argoncilhe, há cerca de 2 meses, 
o mesmo Sacerdote recebeu nos seus braços 
e conseguiu brilhantemente realizar em pleno os requisitos 
de uma esmerada e cuidadosa Visita Pastoral de há média data programada 
na agenda pastoral de Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo Visitador.
Se não fosse a casualidade do falecimento do Reverendo Pároco
e Abade desta  Vila de Argoncilhe, o Senhor Padre Manuel Alves  Resende  Santos 
falecido na manhã dia 5 de Dezembro de 2011  com 81 anos de idade 
e 39 anos de Pastor e Pároco da Paróquia de Argoncilhe, 
com 57 anos de sacerdote feitos no  dia 1 de Agosto do ano 2011 
teria sido o mesmo Sacerdote a organizar, programar a recente Visita Pastoral.
Mas não foi este o intento do Pai do Céu e andamento do tempo histórico e cronológico.
De espantar e admirar que em tão pouco tempo o Jovem Sacerdote tenha organizado, 
conseguido e levado a bom termo esta iniciativa a todo o pretexto difícil e trabalhosa 
e conseguido congregar esforços numa Comunidade que se viu privado 
do tradicional Pastor e tenha conseguido a simpatia e colaboração de todos.
Parabéns a todos os Argoncilhenses e ao seu Jovem Pastor!
Todos os dias referidos se encheram de Iniciativas, Intervenções e Visitas a Empresas, 
Doentes, Escolas, Associações Culturais e Recreativas.
Foram dias em cheio que para além dos tempos fortes de oração 
e reflexão bem como de encontros com os vários organismos Paroquiais: 
Conselho Económico da Paróquia, Direcção do Centro Social Paroquial, 
Conferência de São Vicente de Paulo, Acólitos, Ministros da Comunhão, 
Leitores, Cantores, Grupos Corais, etc.
O Domingo dia 15 de Janeiro foi a coroa de toda esta Semana de canseiras trabalhos, 
fadigas e preocupações.
Foi dia grande na Vila de Argoncilhe.
Às 1030 horas teve lugar a Bênção e Inauguração Solene do Pavilhão Multiusos 
também junto à Igreja Matriz contando com a presença para  além 
de Sua Excelência Reverendíssima  o Senhor Bispo D. João Evangelista Pimentel Lavrador, 
Bispo Auxiliar do Porto,  
 Sua Excelência o Senhor Presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, 
o Senhor Alfredo Henriques, Sua Esposa D. Dorinda, 
o  Senhor Vice-Presidente da Câmara  de Santa Maria da Feira ,
o Senhor Emídio de Sousa, 
o Senhor Presidente da Assembleia de Freguesia de Argoncilhe o Senhor Amorim Duarte, 
o Senhor Vice-Presidente da Junta o Senhor Rui  Ribeiro, 
as Autoridades Autárquicas da Vila de Argoncilhe, 
na ausência do Senhor Presidente da Junta da mesma Freguesia, 
o Senhor Manuel Tavares Coimbra, 
que não pode estar presente por motivo de estar a convalescer, 
e por tantos convidados e povo da  mesma Vila .
De imediato se organizou a Procissão de Entrada Festiva na Igreja Matriz 
com o grupo de 25 crismandos (as), 13 jovens 12 jovenzinhas, 
calcorreando lindo tapete de flores desde a fronteira residência 
à porta de Entrada da Igreja Matriz ao som de Música, 
Canto e Foguetes, onde se realizou tão importante Sacramento para a Vida dos Jovens, 
Igreja e Comunidade Paroquial.
Igreja cheiinha.
Presidiu Sua Excelência Reverendíssima ladeado pelo Jovem Pároco Padre Emanuel, 
Dr. Bastos 
e Diácono José Paulo da Instituição Verbum Dei que será ordenado Presbítero 
no Mosteiro de Grijo no dia 25 de Março por Sua Excelência Reverendíssima 
D. Manuel José Macário do Nascimento Clemente 
e Missa Nova no Domingo de Ramos nesta Paróquia.
Foi belo ver avançar decididamente os (as) Jovens Crismandos  (as) 
na recepção do Sacramento e depois ouvir os seus personalizados e ricos testemunhos.
O Pároco em breves e concisas palavras agradeceu, 
louvou todos os presentes Crismados (as), 
seus Animadores e Catequistas 
e referiu que a Visita Pastoral não acabou.
A Visita Pastoral continua.


…….
   2ª Parte da Homilia do Senhor Bispo D. João Lavrador.
Ao longo desta semana, tive a graça de contactar com as diversas realidades eclesiais, 
socio-culturais e humanas, laborais e de serviço público. Agradeço o acolhimento 
que me prestaram e a alegria com que me receberam.
   Tive ocasião de dialogar com os diversos grupos da paróquia, 
conselho económico paroquial, catequistas, crianças, 
adolescentes e jovens da catequese, pais dos catequizandos, 
crismandos, ministros extraordinários da comunhão, leitores, 
acólitos, coros, sociedade de S. Vicente de Paulo, zeladoras dos altares, 
das capelas e da Igreja, grupo de jovens, casais com experiência no CPM 
e na pastoral familiar, cursilhos de cristandade, cruzada eucarística, 
associados do Sagrado Coração de Jesus e centro social paroquial. 
Acrescento ainda as diversas celebrações e encontros nas capelas da paróquia, 
Nossa Senhora das Neves, Senhora do Campo, e S. Pedro de Aldriz. 
Pude apreciar uma comunidade viva e com capacidade para responder 
às exigências da vida pastoral renovada, atendendo à corresponsabilidade 
de todos os cristãos, tal como nos interpela o Concílio Vaticano II.
   O acolhimento que recebi das autoridades públicas, 
do Senhor Presidente da Junta de Freguesia, 
e demais membros ligados à junta de freguesia, 
do Senhor Presidente da assembleia de freguesia, 
e das associações, nomeadamente movimento bem-estar, 
associação de artesanato, centro columbófilo, teatro Aldriz, 
Rancho Regional, associação desportiva, grupo de jovens Elos, 
associação ajuda e colo, grupo musical estrelas de Argoncilhe 
e casa da Gaia, com quem tive ocasião de dialogar 
e partilhar das suas aspirações, projectos e preocupações, 
testemunha a missão comum de trabalhar pela promoção da dignidade humana 
e pelo bem da sociedade, e são a garantia de que o homem é verdadeiramente 
o centro da nossa acção comum. Quanto esforço, coragem, espírito de sacrifício 
e de generosidade encontrei nas pessoas que ali dedicam o seu tempo 
e o melhor das suas energias.
   Congratulo-me com o esforço feito pela Junta de Freguesia na renovação 
das suas instalações, em cuja bênção e inauguração hoje participei.
Soma-se ainda a visita ao centro social paroquial que muito me edificou pelos cuidados verdadeiramente humanizadores aí prestados.
   A Igreja reconhece e valoriza todos os esforços gastos 
para que o trabalho esteja acessível a todos. 
Este é uma dimensão imprescindível da realização pessoal. 
Muitos e variados problemas se colocam ao mundo laboral. 
A minha visita a algumas empresas sedeadas nesta freguesia 
quis ser sinal do interesse que a Igreja nutre pelo mundo laboral 
e da sua preocupação com as suas dificuldades. 
Não é aqui o espaço para fazer uma descrição exaustiva desses mesmos problemas 
que se tornam um grande desafio para todos, e nomeadamente para os cristãos. 
Apesar de verificar o entusiasmo e a vontade firme por parte dos membros 
das empresas em orientá-las pelos caminhos da inovação e da sustentabilidade, 
criando clima de verdadeira família entre todos os intervenientes empresariais, 
importa sublinhar a preocupação que levo e que quero partilhar convosco, 
que tem a ver com o olhar de preocupação em ordem ao futuro 
que se reflecte no rosto daqueles que fazem parte das empresas 
e os desempregados desta paróquia, como em muitas outras paróquias desta Vigararia. 
São muitos a somar a um conjunto de situações de pobreza, 
marginalidade e carência de vária ordem. 
São, sobretudo, pessoas a necessitar de uma resposta das autoridades públicas, de todos os que têm responsabilidades sociais neste sector e de nós como comunidade cristã. 
Sabe-se como esta região tem sido fustigada pelo flagelo do desemprego. 
A situação é preocupante e interpelante. Quanta solidariedade, justiça e verdade, imaginação, criatividade e empenhamento na partilha se exige de todos nós.
   Gostaria de realçar a alegria que encontrei 
no rosto das crianças na escola do ensino básico da EB1 de S. Domingos, 
Aldriz e Carvalhal, e nos diversos centros de pré-escola, e dos jovens da escola EB2/3. 
Fico grato à Senhora Directora do agrupamento, às Senhoras Coordenadoras, 
a todos os professores, educadores, pessoal assistente e associações de pais pela forma como prepararam a minha visita e como exprimiram a sua simpatia pela minha presença. 
Foi muito gratificante o contacto com as crianças do infantário, creche 
e pré-escola do centro social paroquial. Sublinho o apreço que a Igreja coloca 
nesta missão tão nobre para a sociedade.
   Mas a preciosidade desta visita pastoral foi o contacto com os doentes, 
os idosos, os portadores de deficiência e os mais necessitados no centro social paroquial 
e em suas casas. A sua alegria, os seus desabafos, o seu carinho e a certeza da sua oração, permitiram-me a experiência sensível da predilecção de Jesus Cristo por eles. 
Estas pessoas devem merecer o melhor das nossas preocupações.
   Dirijo-me, agora, a si, Senhor Padre Emanuel, Pároco desta Paróquia de Argoncilhe, 
para lhe manifestar a minha alegria, não só pela forma como me recebeu 
e exprimiu a comunhão sacerdotal, mas sobretudo pela dedicação 
que coloca em toda a acção pastoral, como sabe estar atento 
e como sintoniza com as preocupações de todas as pessoas. 
Senti que, apesar de estar nesta paróquia há pouco tempo, 
os seus paroquianos olham para si com simpatia e com carinho. 
Bem-haja e que o Senhor lhe continue a dar saúde 
para orientar pastoralmente esta paróquia por muitos anos. 
Igualmente agradeço a colaboração no trabalho pastoral 
desta paróquia do Senhor Padre Dr. Bastos.
   Argoncilhe é uma Paróquia com cerca de 8000 habitantes, 
dos quais 30% são praticantes habituais da Eucaristia dominical. 
Dada a sua proximidade a grandes centros urbanos e às boas acessibilidades, 
está a crescer populacionalmente e espera-se maior crescimento ainda. 
É uma freguesia com alguma industria e ainda com espaços agrícolas de pequena exploração. 
A sua população vive essencialmente das empresas implantadas no seu território 
e nas zonas vizinhas. Alguns dos seus habitantes foram forçados a emigrar. 
Parte da geografia desta paróquia é urbana e parte é rural. 
Dada a sua configuração industrial e a crise que sobre este sector 
se abateu, conta com muitos desempregados. 
Verifica-se actualmente um processo rápido de transformação sócio-cultural. 
Esta caracterização exige uma atenção pastoral privilegiada, dadas as referidas correntes sócio-culturais que hoje interpelam as diversas populações.
   Como refere o Concilio Vaticano II, estamos em época 
de grandes mudanças culturais que afectam profundamente a vida cristã 
e lançam enormes desafios à actividade pastoral da Igreja (cfr. GS, 4). 
Importa estar atentos e, movidos pelo Evangelho e à luz do Espírito Santo, 
discernir os Sinais dos Tempos. Este é trabalho de todos na comunidade cristã.
   Por isso, é também meu dever lançar alguns desafios pastorais. 
Uns brotam da realidade que fui observando, 
outros são comuns à acção pastoral da Igreja para responder aos tempos que vivemos.
   Eis alguns:
   Dada a extensão da paróquia e os diversos centros de celebração dominical, 
importa organizar algumas iniciativas, ao longo do ano, que ajudem 

a criar laços de comunhão e de unidade entre todos os paroquianos.
   Continuar a promover a comunhão e a corresponsabilidade eclesiais valorizando 
cada vez mais o conselho económico paroquial e, logo que seja possível, 
reinstalando o conselho pastoral paroquial.
   A partir do conselho pastoral e preparando um futuro próximo, 
identificar e promover uma equipa pastoral que em comunhão com o Pároco possa animar pastoralmente a paróquia.
   Dada a configuração e situação geográfica da paróquia, 
agora servida por grandes rodovias e perto de grandes centros urbanos, 
exige-se uma atenção privilegiada aos novos residentes. 
Sugiro, caso se veja necessário, que se organize um serviço 
de acolhimento aos novos residentes e afastados na prática cristã.
   Criar clima de florescimento vocacional na paróquia, 
onde Jesus Cristo possa continuar a chamar jovens para a vida sacerdotal,
 religiosa, missionária e matrimonial.
   Aproveitando este ano dedicado, a nível diocesano, à família e juventude, 
e a partir da experiência dos casais com inserção no CPM e no apoio à familia, 
promover e organizar uma pastoral familiar adequada, atendendo 
à preparação para o matrimónio e ao acompanhamento dos casais, 
e procurando resposta à família em todas as suas circunstâncias.
   Os jovens devem merecer uma atenção privilegiada dos responsáveis pela vida pastoral. 
Para tal, a partir  do grupo de jovens já existente, promover a pastoral juvenil, 
com criatividade e sem desânimos, seja através de movimentos ou de grupos de jovens, 
num sector que está sempre a recomeçar.
   Prestar atenção à catequese para todas as idades. Sensibilizar a comunidade cristã para o número suficiente de catequistas, apoiar as famílias para que os seus filhos possam fazer o itinerário global da catequese, e promover a catequese de adultos, com método, tempo, catequistas, etapas e conteúdos que lhe são próprios, propondo uma autêntica iniciação cristã dos que, pese já baptizados, não possuem experiência de vida cristã.
    Proporcionar o estudo da Doutrina social da Igreja, que reflicta a actuação no meio laboral, incluindo a reflexão acerca da realidade social que hoje afecta o emprego de tantos irmãos nossos. 
Há uma experiência na paróquia que tem a ver com as assembleias familiares 
que muito bom fruto têm dado e que, uma vez renovadas e valorizadas, 
poderia entrar no âmbito aqui definido.
   Importa valorizar ainda mais o sector caritativo. 
A par com as respostas tradicionais, urge escutar os novos pobres 
e reconhecer onde estão os carenciados de hoje, nas suas diversas modalidades,
para prestar a ajuda adequada.
   Valorizar a Palavra de Deus através da dinamização 
de grupos bíblicos de modo a que todos os membros da comunidade cristã 
se deixem interpelar e conduzir pelo chamamento divino.
   A defesa da vida é tarefa de todos, mas exige alguma organização para poder sensibilizar a sociedade para esta causa, em tempos em que a vida humana é tão ultrajada.
   Privilegiar os movimentos e os grupos que se dirigem à evangelização do mundo, 
por meio de um diálogo evangélico sereno e convicto. 
Proponho que se valorizem os cursilhos de cristandade que contam com um bom número de paroquianos e que muito podem fazer na evangelização do mundo.
   Por último, convidar toda a comunidade cristã, a colocar-se em atitude de escuta da voz 
do seu Pastor, o nosso Bispo, que nos lançou o convite à nova evangelização, 
neste ano sobretudo dedicada à família e juventude, através de um novo ardor, 
novos métodos e nova linguagem, traduzida na consciência de cada cristão, de cada grupo e movimento, e de cada comunidade, que, sendo discípulo de Jesus Cristo, 
deve assumir a missão da Igreja no mundo.
   Fixemos o nosso olhar em S. Martinho, vosso padroeiro, modelo de Evangelizador, 
e deixemo-nos cativar por ele.
   Termino, implorando de Nossa Senhora, Mãe da Igreja, que abençoe esta paróquia, 
as suas famílias, crianças, jovens, adultos, doentes e idosos, 
e nos acompanhe pelos caminhos que levam à evangelização do mundo de hoje.
   Amen.
   + João Lavrador
Bispo Auxiliar do Porto

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