PARABÉNS SENHOR CÓNEGO
DR. ANTÓNIO FERREIRA DOS SANTOS
Notas de alegria nas igrejas
O último número da revista britânica “Choir & Organ”, deixou-o “surpreendido” pelo destaque dado à vida musical nas igrejas da diocese portucaIense. “É mais um fruto da sementeira feita”, diz o mestre-capela da Sé do Porto, impulsionador da restauração e instalação de órgãos de tubos nas principais igrejas do Porto (Sé, Lapa e Marquês), figura de referência na música sacra nacional
A festejar meio século de sacerdócio, o cónego António Ferreira dos Santos abriu a partitura da sua vida e confessou o que lhe vai na alma “Não gosto do efémero, antes da essencìa1idade das coisas”.
Há 30anosnãoexistiavidamusical nas igrejas da cidade; agora registam-se enchentes nos concertos de órgão. Foi milagre tudo quanto aconteceu?
Não há milagres. Este esforço não caiu do céu [risos]. O que houve foi muito trabalho, dedicação, gente disponível e sensível para a ajudar a dinamizar um projecto de música sacra. A primeira grande obra foi a fundação do coro da Sé Catedral do Porto.
Faz 40 anos em 2011, parece que foi ontem.
Em 1985, durante as celebrações do ano Bach, deu-se a inauguração do restauro do órgão de tubos da Sé. Foi mais uma dádiva dos céus?
Dos céus não sei, mas foi seguramente uma dádiva de gente generosa. Foram mais de 35 mil pessoas a perceber a mensagem. O concerto inaugural foi um acontecimento cultural único na cidade. No dia seguinte, registaram-se enchentes, concertos “non-stop” vistos por mais de 10 mil pessoas.
Foi difícil arranjar dinheiro ou os mecenas foram generosos?
Durante mês e meio andei por empresas da Suíça, Alemanha e Áustria a solicitar subsídios para pagar a conta ao mestre organeiro. Ainda conseguimos outro feito: um pacote de bolsas de estudo para jovens músicos. Foi outra revolução da música sacra.
Há dias, a Sé encheu-se outra vez para ouvir Tom Koopman. Foi o anúncio do l Festival internacional de Órgão?
Sim, a cidade merece este tipo de eventos e tudo faremos para que este estimulante projecto triunfe.
Que sinais releva deste meio século de vida pastoral?
A minha vida é feita capítulo a capítulo.
Estes 50 anos de vida liga da à Igreja têm dado muitas responsabilidades, alegrias e confiança no futuro. É difícil de explicar este cruzamento de emoções e sentimentos. A minha preocupação é aceitar, humildemente, o ta1entos que Deus me concedeu. O resto já não é comigo.
MANUEL Vitorino
mvitorino@jn.pt
Cortesia do Jn 21 de Agosto 2009
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