Criatividade
ou antes, falta de senso e sentido de Igreja?
Criatividade
ou antes, falta de senso e sentido de Igreja,
«Mysterium
Fidei» - proclama o sacerdote depois da Consagração. Mistério da Fé é a
Eucaristia, mas, consequentemente, o é também o próprio sacerdócio.
O
mesmo mistério de santificação e de amor, obra do Espírito Santo, pelo qual o
pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo.
E
o sacerdote que age na pessoa de Cristo,
no
momento, desde a Ordenação Sacerdotal.
Há,
portanto, uma específica reciprocidade entre a Eucaristia e o Sacerdócio, reciprocidade
que ‘‘ tem origem no Cenáculo:
trata-se
de dois sacramentos que nasceram juntos e cujas sortes estão indissoluvelmente
ligadas, até ao fim do mundo.
Tocamos
aqui o que chamei a «apostolicidade da Eucaristia»
(cf.
Carta Enc. Ecclesia de Eucharistia, 26-33).
O
Sacramento Eucarístico - tal como o da Reconciliação - foi confiado por Cristo
aos Apóstolos e transmitido, por estes e pelos seus sucessores, de geração em
geração.
No
início da vida pública, o Messias chamou e constituiu os Doze, para «permanecerem
com Ele» e enviá-los em missão (cf. Mc 3, 14- 15).
Na
Ultima Ceia, o «permanecer com» Jesus,
por
parte dos Apóstolos, alcançou a sua plenitude.
Celebrando
a Ceia Pascal e instituindo a Eucaristia, o divino Mestre tornou realidade a
vocação deles.
Dizendo:
«Fazei
isto em memória de mim»,
pôs
o selo eucarístico sobre a sua missão e,
unindo-os
a Si na comunhão sacramental,
encarregou-os
de perpetuar aquele gesto santíssimo.
Ao
S .D.L. pronunciar aquelas palavras: «Fazei isto.. .», o seu pensamento estendia-se
aos sucessores dos Apóstolos,
àqueles
que deveriam continuar a sua missão,
distribuindo
o Alimento da vida até aos confins do mundo.
Assim,
de certa forma, caros irmãos no sacerdócio, no Cenáculo também nós fomos escolhidos
pessoalmente, um por um, com particular afecto (Prefácio da Missa Crismal),
para receber das santas e veneráveis mãos do Senhor o Pão Eucarístico, a fim de
o repartir como sustento do Povo de Deus, peregrino pelas estradas do tempo
rumo à Pátria eterna.
A
fantasia é uma faculdade muito importante.
Sem
ela não haveria artistas.
Mas,
como diz o povo, há coisas que nem o diabo se lembra!
São
estas pequenas fantasias que se apresentam, tão só, como originalidades,
produtos de ignorância crassa,
de
gosto (ou mau gosto) por novidade
e
da necessidade patológica de afirmação pela diferença
(a
que muitos dão o nome de pastoral).
Não!
Isto
não é aceitável.
E
quem o faz, não terá mais boa consciência.
E
porque já muitas vezes foi reparado (e julgamos que não é iliteracia), não
podem ser desculpados!
Há
duas espécies de rubricismo: colectivo e individualista.
Não
perceber, não interiorizar, nem realizar as indicações da celebração (as
rubricas) é grave para a celebração
(que
diríamos se aplicássemos este princípio a um jogo de futebol ?...). Mas pior é o
rubricismo individualista porque atinge a própria assembleia, faz da acção da
Igreja que é a Liturgia,
um
“show” de uma vedeta
e
defrauda as expectativas dos participantes.
E
há disso?
Há
os que entendem dispensar uma da leituras da missa
(isto
apenas está previsto para as missas com crianças),
outros
omitem o Credo.
Alguns
apresentam o pão e o vinho ao mesmo tempo, outros omitem o Lavabo.
Alguns
fazem já a fracção na consagração,
outros
fazem recitar partes da anáfora pela assembleia.
Uns
em vez de rezarem a oração que o Senhor nos ensinou preferem um canto muito
sentimental, com uma versão que já não é a que o Senhor ensinou ( Junto ao mar…
.Todo o mundo é um hino de glória!!!)
Uns, em vez do canto da fracção (o Cordeiro de
Deus) entendem que fica melhor um canto de paz (A paz vai correndo como um rio..)
.
E
há aqueles que, já não sabendo latim
e
desconhecendo a tradição da igreja,
impõem
uns cânticos de algibeira
(que
já nem serão “los canticos de la rana”).
Enquanto
uns mantêm a rigidez,
de
só dar a Comunhão na boca,
outros
oferecem a píxide em “sel-fservice”.
Uns
mandam estar de pé à consagração,
outros,
sentados durante a Comunhão.
Uns
fazem meia dúzia de “homilias” durante a missa,
outros
nenhuma.
Uns
rezam a missa inteira do a1tar,
outros
começam a missa do ambão
(ou
melhor, de uma estante).
Uns
dispensam-se da casula,
outros
apresentam-se com uma veste híbrida,
ainda
à procura de nome... etc., etc.
Criatividade,
ou melhor,
originalidades
que só denotam falta de sentido de Igreja.
Seria
mais rentável empregar as energias noutro sentido...
(
DO S.D.L.-PORTO)
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