quarta-feira, 13 de junho de 2012


Criatividade ou antes, falta de senso e sentido de Igreja?

Criatividade ou antes, falta de senso e sentido de Igreja,
«Mysterium Fidei» - proclama o sacerdote depois da Consagração. Mistério da Fé é a Eucaristia, mas, consequentemente, o é também o próprio sacerdócio.
O mesmo mistério de santificação e de amor, obra do Espírito Santo, pelo qual o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo.
E o sacerdote que age na pessoa de Cristo,
no momento, desde a Ordenação Sacerdotal.   
Há, portanto, uma específica reciprocidade entre a Eucaristia e o Sacerdócio, reciprocidade que ‘‘ tem origem no Cenáculo:
trata-se de dois sacramentos que nasceram juntos e cujas sortes estão indissoluvelmente ligadas, até ao fim do mundo.
Tocamos aqui o que chamei a «apostolicidade da Eucaristia»
(cf. Carta Enc. Ecclesia de Eucharistia, 26-33).
O Sacramento Eucarístico - tal como o da Reconciliação - foi confiado por Cristo aos Apóstolos e transmitido, por estes e pelos seus sucessores, de geração em geração.
No início da vida pública, o Messias chamou e constituiu os Doze, para «permanecerem com Ele» e enviá-los em missão (cf. Mc 3, 14- 15).
Na Ultima Ceia, o «permanecer com» Jesus,
por parte dos Apóstolos, alcançou a sua plenitude.
Celebrando a Ceia Pascal e instituindo a Eucaristia, o divino Mestre tornou realidade a vocação deles.
Dizendo:
«Fazei isto em memória de mim»,
pôs o selo eucarístico sobre a sua missão e,
unindo-os a Si na comunhão sacramental,
encarregou-os de perpetuar aquele gesto santíssimo.
Ao S .D.L. pronunciar aquelas palavras: «Fazei isto.. .», o seu pensamento estendia-se aos sucessores dos Apóstolos,
àqueles que deveriam continuar a sua missão,
distribuindo o Alimento da vida até aos confins do mundo.
Assim, de certa forma, caros irmãos no sacerdócio, no Cenáculo também nós fomos escolhidos pessoalmente, um por um, com particular afecto (Prefácio da Missa Crismal), para receber das santas e veneráveis mãos do Senhor o Pão Eucarístico, a fim de o repartir como sustento do Povo de Deus, peregrino pelas estradas do tempo rumo à Pátria eterna.
A fantasia é uma faculdade muito importante.
Sem ela não haveria artistas.
Mas, como diz o povo, há coisas que nem o diabo se lembra!
São estas pequenas fantasias que se apresentam, tão só, como originalidades, produtos de ignorância crassa,
de gosto (ou mau gosto) por novidade
e da necessidade patológica de afirmação pela diferença
(a que muitos dão o nome de pastoral).
Não!
Isto não é aceitável.
E quem o faz, não terá mais boa consciência.
E porque já muitas vezes foi reparado (e julgamos que não é iliteracia), não podem ser desculpados!
Há duas espécies de rubricismo: colectivo e individualista.
Não perceber, não interiorizar, nem realizar as indicações da celebração (as rubricas) é grave para a celebração
(que diríamos se aplicássemos este princípio a um jogo de futebol ?...). Mas pior é o rubricismo individualista porque atinge a própria assembleia, faz da acção da Igreja que é a Liturgia,
um “show” de uma vedeta
e defrauda as expectativas dos participantes.
E há disso?
Há os que entendem dispensar uma da leituras da missa
(isto apenas está previsto para as missas com crianças),
outros omitem o Credo.
Alguns apresentam o pão e o vinho ao mesmo tempo, outros omitem o Lavabo.
Alguns fazem já a fracção na consagração,
outros fazem recitar partes da anáfora pela assembleia.
Uns em vez de rezarem a oração que o Senhor nos ensinou preferem um canto muito sentimental, com uma versão que já não é a que o Senhor ensinou ( Junto ao mar… .Todo o mundo é um hino de glória!!!)
 Uns, em vez do canto da fracção (o Cordeiro de Deus) entendem que fica melhor um canto de paz (A paz vai correndo como um rio..) .
E há aqueles que, já não sabendo latim
e desconhecendo a tradição da igreja,
impõem uns cânticos de algibeira
(que já nem serão “los canticos de la rana”).
Enquanto uns mantêm a rigidez,
de só dar a Comunhão na boca,
outros oferecem a píxide em “sel-fservice”.
Uns mandam estar de pé à consagração,
outros, sentados durante a Comunhão.
Uns fazem meia dúzia de “homilias” durante a missa,
outros nenhuma.
Uns rezam a missa inteira do a1tar,
outros começam a missa do ambão
(ou melhor, de uma estante).
Uns dispensam-se da casula,
outros apresentam-se com uma veste híbrida,
ainda à procura de nome... etc., etc.
Criatividade, ou melhor,
originalidades que só denotam falta de sentido de Igreja.
Seria mais rentável empregar as energias noutro sentido...
( DO S.D.L.-PORTO)

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